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Três perguntas para: Cássio Goulart

Mineiro, natural de Belo Horizonte, Cássio Goulart encontra nos amigos, na família e nas corridas o equilíbrio para o dia a dia como diretor Financeiro da Hplus Hotelaria. Aos 38 anos, o executivo se tornou pai recentemente e, claro, tem se dedicado integralmente ao seu novo “cargo”.

Há oito anos morando em Brasília, quando assumiu o posto na HPlus Hotelaria, Goulart é também formado em Administração de Empresas, com pós-graduação em Gerenciamento de Projetos.

Em sua carreira, atuou em diferentes segmentos, como de mineração, ferrovia, logística e celulose antes de entrar para a hotelaria. Na entrevista de hoje (29), Goulart revela algumas estratégias adotadas pela Hplus durante a pandemia, o retorno dos resultados e a relação com os investidores.


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Três perguntas para: Cássio Goulart

Hotelier News: A inflação tem sido um grande empecilho para a retomada do turismo, pelo preço dos insumos e até mesmo pelo alto custo das passagens aéreas. De que forma a Hplus tem desenvolvido estratégias para driblar esses problemas?

Cássio Goulart: A inflação é um problema grave e afeta a renda das famílias, o poder de aquisição e todo o consumo brasileiro. Ela impacta também em nossos empreendimentos. Todos os contratos são reajustados de acordo com os valores inflacionários e isso encarece o custo hoteleiro. Para tratar da inflação, temos atuado nas duas vertentes: despesas e receitas. Nas despesas, a alternativa é negociar ou trocar de fornecedor, buscar novas fontes de redução de custos como, por exemplo, a energia fotovoltaica, a substituição de equipamentos com o intuito de diminuir o consumo, entre outras ações. Em relação às receitas, a Hplus vem tentando recompor a tarifa, que sofreu muito nos últimos anos, embora esteja muito longe do patamar ideal quando comparamos com a inflação do período.

HN: A rede conseguiu equilibrar as tarifas durante a pandemia? Que medidas foram tomadas?

CG: A baixa demanda durante a pandemia resultou em uma queda acentuada das tarifas, atingindo o pior patamar histórico. Em um primeiro momento, fechamos os hotéis e passamos por sistemas inteligentes de informação de mercado para monitorar e projetar a demanda futura, visando estabelecer o melhor momento para a reabertura dos hotéis, evitando situações de excesso de oferta, que têm grande impacto negativo sobre as tarifas. A Hplus tratou a reabertura como um novo lançamento dos hotéis com campanha de marketing, implantação das medidas de biossegurança, nova tipologia dos quartos orientada às necessidades dos hóspedes, um moderno Revenue Management System e ações de vendas projetadas para a ocasião. Todas essas medidas permitiram a otimização das tarifas e uma rápida recuperação.

HN: A relação com os investidores também entrou em crise nos últimos anos, uma vez que os empreendimentos não deram o retorno esperado. Qual a situação atual? Como a Hplus vem traçando projeções para os stakeholders?

CG: Precisamos ter um relacionamento muito próximo com os investidores. A época da Copa do Mundo foi um momento de muita expectativa para eles, já que vários empreendimentos foram criados no país para atender à demanda de um evento daquele porte. Era um momento em que diversos setores estavam em crescimento e o mercado hoteleiro estava aquecido. Após o fim do evento esportivo, tivemos dois grandes fatores que afetaram o resultado e, consequentemente, o relacionamento com o investidor: uma alta oferta de leitos, porque muitos hotéis haviam sido criados, e baixa evolução da demanda. Isso se somou à crise de 2015, quando todas as empresas cortaram custos com viagens, hospedagens etc. Por conta deste momento difícil, aprendemos a ter um relacionamento muito mais próximo com os stakeholders, apresentando todos os números do mercado e comprovando que a empresa estava desenvolvendo as melhores alternativas de mercado.

Em 2019, as ocupações dos empreendimentos voltaram aos patamares ideais de sustentabilidade e de retorno de investimento. Tivemos a oportunidade de fazer com que a tarifa voltasse a um valor um pouco mais competitivo para o setor. Com a pandemia em 2020, tivemos um retrocesso e precisávamos apresentar para nossos investidores todas as estratégias da empresa para passar este momento difícil. Hoje, trabalhamos em todos os empreendimentos com um contato direto na apresentação de estratégias. Só conseguimos passar segurança para os stakeholders mantendo a comunicação efetiva a partir de fatos e dados.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Hplus Hotelaria