Blue Origin já fez vários testes com seu foguete
A exploração do espaço remonta a décadas de pesquisa e, sobretudo, investimento governamental. Hoje, fora dos tempos da corrida espacial polarizada na Guerra Fria, esse jogo mudou completamente. Em vez da Nasa, empreendedores passaram a ocupar esse espaço (e desafio) de levar o homem a explorar o universo. Fundador da Tesla Motors, Elon Musk criou a SpaceX e pretende fazer voos espaciais comerciais em pouco tempo. O mesmo vale para Jeff Bezos, criador da Amazon, que até já estipulou o preço do bilhete: a partir de US$ 200 mil. E aí, você encara?
Ainda não se sabe se o turismo espacial será um dia comercialmente viável. Por isso, segundo a agência de notícias Reuters, potenciais clientes e a indústria aeroespacial estão ansiosos para saber o custo real da passagem no veículo espacial New Shepard, da Blue Origin, empresa criada por Bezos. Todos querem saber se é possível pagar e se a empresa pode gerar demanda suficiente para ser lucrativa com turismo espacial.
Executivos da Blue Origin disseram em uma conferência, no mês passado, que planejavam voos de teste com passageiros na NewShepard em breve. Já o início da venda de passagens é esperado para o próximo ano. A empresa divulgou também o modelo geral da nave (formada por um foguete de lançamento e cápsula separável de passageiros), mas não falou sobre situação da produção e preços de passagem.
Em abril desse ano, o New Shepard foi lançado no Texas, atingindo altitude máxima de quase 107 mil metros. A nave completou sua missão-teste pousando com sucesso de volta à Terra com ajuda de paraquedas. O processo de decolagem e pouso durou, no total, apenas 10 minutos. Veja abaixo a transmissão feita pela empresa em um dos seus testes.
Turismo espacial: preço
Representantes da Blue Origin não responderam a pedidos da Reuters por comentários sobre seus programas e estratégia de preços. Bezos disse, em maio, que as tarifas das passagens ainda não estavam definidas.
Um funcionário da Blue Origin com conhecimento direto do plano de preços disse, entretanto, que a empresa vai começar a vender passagem na faixa de US$ 200 mil a US$ 300 mil. Um segundo empregado da empresa disse que as passagens custariam pelo menos US$ 200 mil. Os dois falaram na condição de anonimato, uma vez que a estratégia de precificação é confidencial.
A New Shepard foi pensada para transportar, de forma autônoma, seis passageiros a mais de 100 quilômetros acima da Terra. Essa faixa de altitude é chamada de espaço suborbital, sendo alto o suficiente para os viajantes experimentarem por poucos minutos a falta de gravidade e ver a curvatura do planeta antes que a cabine pressurizada volte para a Terra com paraquedas.
A cápsula possui seis janelas de observação que, segundo a Blue Origin, são quase três vezes maiores do que as da linha de jatos 747 da Boeing. No total, a companhia de Bezos já realizou oito voos testes, nenhum com a presença de passageiros. Dois deles, contudo, incluíram bonecos de teste.
Chamados carinhosamente de Mannequin Skywalker, em uma clara sátira ao personagem de Star Wars, os boneco estavam cobertos de sensores para a coleta de dados valiosos sobre como passageiros humanos devem se sentir durante o lançamento, voo e pouso.
A Blue Origin anunciou também que fará o primeiro teste no espaço de seu sistema de fuga de cápsula, que leva a tripulação em segurança caso o impulsionador exploda, “dentro de semanas”, disse um dos funcionários.
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(*) Crédito da capa: qimono/Pixabay
(*) Crédito da foto: Divulgação/Blue Origin