sábado, 21/setembro
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Turismo internacional deve fechar ano com 65% dos níveis de 2019

O turismo internacional foi um dos segmentos mais afetados pela pandemia, ainda mais para o Brasil, que peca para atrair estrangeiros. Todavia, conforme divulgado pelo Hotel News Resource, 700 milhões de turistas viajaram internacionalmente entre janeiro e setembro deste ano, alta de 133% frente ao mesmo período de 2021. Embora a base de comparação seja fraca, o resultado equivale a 63% dos níveis de 2019, colocando o setor a caminho de atingir 65% dos níveis pré-pandêmicos este ano, segundo dados da OMT (Organização Mundial de Turismo).

Ainda de acordo com a entidade, a forte procura reprimida, a melhora dos níveis de confiança e o levantamento de restrições num número crescente de destinos foram os impulsionadores deste resultado. A OMT destaca ainda a velocidade em que se deu essa recuperação, visto que as chegadas mensais ficaram 64% abaixo dos níveis de 2019 em janeiro de 2022 e atingiram -27% em setembro. Estima-se que 340 milhões de chegadas internacionais foram registradas apenas no terceiro trimestre de 2022, quase 50% do total de nove meses.

Outros indicadores também refletem a robusta recuperação, como capacidade aérea e métricas hoteleiras, conforme registrado no UNWTO Tourism Recovery Tracker. A capacidade de assentos aéreos em rotas internacionais (medida em assentos-quilômetro disponíveis ou ASKs) em janeiro-agosto atingiu 62% dos níveis de 2019. Já a ocupação hoteleira, segundo dados da STR, ficou em 66% em setembro de 2022, ante 43% em janeiro.


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Alcançando o dobro (+106%) das chegadas de 2021, as Américas atingiram 66% dos níveis de 2019, com destaque para o Caribe e a América Central (ambos com 82%), que em setembro já alcançaram os níveis pré- pandêmicos. Quanto à capacidade de assentos aéreos, a região foi destaque, ao registrar 76%, atrás apenas da Europa (78%). A ocupação hoteleira latino-americana, por sua vez, encerrou setembro em 66%.

Além da capacidade aérea, a Europa também foi destaque na recuperação global do turismo internacional, com 477 milhões de chegadas entre janeiro e setembro deste ano. Além de corresponder a 68% do total mundial, o número alcança 81% dos níveis de 2019 para o período, se aproximando de 90% ao considerar apenas o terceiro trimestre. A Europa também liderou no desempenho hoteleiro, com níveis de ocupação de 77% em setembro de 2022, após taxas de 74% em julho e agosto.

O Oriente Médio e a África também apresentaram bons resultados em relação às chegadas internacionais de janeiro a setembro, atingindo 77% e 63% dos níveis pré pandêmicos, respectivamente. Já o setor hoteleiro dessas regiões alcançou 63% e 61%, respectivamente. Enquanto que o Oriente Médio foi destaque de recuperação da capacidade doméstica mundial, alcançando 99% dos níveis anteriores à crise sanitária.

Embora a Ásia Pacífico tenha mais do que triplicado nos números de chegadas no período frente a 2021, refletindo a abertura de mercados fortes como o Japão, a região segue 83% abaixo dos níveis de 2019, em função das restrições da China. Por conta disso, a região não apresentou melhoras expressivas na capacidade aérea e no desempenho hoteleiro.

Otimismo cauteloso

Embora o mercado esteja se recuperando e o clima econômico melhorando, é importante manter os olhos bem atentos. Última pesquisa entre o Painel de Especialistas em Turismo da OMT revela queda na confiança para os últimos quatro meses de 2022. Os motivos para isso incluem o ambiente econômico desafiador, com inflação persistentemente alta e aumento dos preços da energia, agravado pela guerra na Ucrânia.

Ainda que esses fatores possam abrandar o ritmo de recuperação, as receitas de exportações do turismo podem chegar a US$ 1,2 a US$ 1,3 trilhão em 2022, aumento de 60 a 70% em relação a 2021, ou 70 a 80% dos US$ 1,8 trilhão registrados em 2019.

(*) Crédito da foto: Blake Guidry/Unsplash