domingo, 22/setembro
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YAH nasce mirando construir um grande ecossistema de lazer no NE

Um novo jeito de desenvolver hospitalidade. Uma nova forma de compartilhar uma segunda moradia na praia. Pensou em resorts de multipropriedade, não é verdade? Bem, a VCA Construtora inicialmente também, mas depois de se aventurar nesse modelo de negócio e lançar um projeto atualmente gerido pela Livá Hotéis & Resorts em Maraú (BA), o grupo imobiliário baiano resolveu trilhar um caminho só dele – e que você entenderá melhor ao longo dessa matéria. E é justamente dessa nova jornada que nasce a YAH.

Para quem desconhece a VCA Construtora, a empresa foi fundada em 2017, em Vitória da Conquista (BA), e tem todos os seus projetos lançados no Nordeste, sendo boa parte deles concentrada na Bahia. Hoje, o grupo imobiliário tem três braços de negócios: um focado em residenciais, que foi onde tudo começou; outro em loteamentos; e a YAH, que pretende ser uma rede inteiramente destinada a projetos de segunda moradia na praia que une os conceitos de lazer, compartilhamento e hospitalidade.

YAH - Jardel Couto - CEO VCA Construtora
Couto: VGV de R$ 5 bilhões na mira da YAH

CEO da VCA Construtora, Jardel Couto explica, em entrevista ao Hotelier News, que criar um braço de negócios destinado a segunda moradia na praia sempre esteve nos planos da empresa. “A primeira tentativa foi com a multipropriedade, mas agressividade na venda não combinava com nossa cultura empresarial”, comenta. “Agora, foi um grande aprendizado: entendemos como a multipropriedade se estrutura e pivotamos para desenvolver e lançar o modelo de negócio da YAH“, complementa.


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Agora, afinal, como se estrutura esse produto imobiliário da YAH? Na visão de Couto, trata-se de algo híbrido, que se aproximaria mais a um flat, sendo, portanto, comercializadas unidades individuais. Ou seja, esqueça as frações imobiliárias da multipropriedade e as semanas de uso. Então, de onde vem o conceito de compartilhamento? E o de hospitalidade?

“Os proprietários poderão intercambiar períodos de férias nas demais unidades da rede. Além disso, nada impede que mais de uma família adquira o imóvel conjuntamente, dividindo os custos e o tempo de uso”, explica Couto.

“Por fim, a YAH vai manter 3% do inventário total de apartamentos para destinar toda essa oferta de imóveis inteiramente para o intercâmbio”, continua o executivo, acrescentando que o proprietário poderá usufruir de outras unidade pagando uma taxa de R$ 400 e cedendo seu apartamento à rede no mesmo período em que estarão hospedados.

Em relação à hospitalidade, os projetos oferecem a oportunidade de rentabilidade ao investidor, por meio de um pool para locação para terceiros, além de serviços hoteleiros agregados e toda a infraestrutura de lazer que resorts possuem, como 1,6 mil m² (metros quadrados) de piscina, pub, lavanderia, micromarket, restaurante, beach club, arena beach, espaços kids e pet, entre outras coisas. Já os proprietários também poderão adquirir serviços hoteleiros pay per use, como limpeza dos quartos.

“Quando um turista viaja a trabalho, ele já tem algumas redes na cabeça que o atende com bom produto e preço. No lazer, isso já acontece menos. Então, sabemos do potencial desse segmento. O objetivo é construir esse ecossistema, essa rede de hospitalidade que, inclusive, terá uma operação hoteleira feita por um parceiro que ainda estamos negociando”, destaca o CEO da VCA Construtora, sem querer antecipar o nome da operadora escolhida.

Ainda assim, pelo que a reportagem do Hotelier News apurou, a Atrio Hotel Management parece estar na dianteira, muito provavelmente criando uma joint-venture com a VCA Construtora. Essa possível liderança tem a ver com a relação já construída com a Livá, que, como mencionado nesta reportagem, faz a gestão do Vivant Ecobeach Resort. Vale destacar que o grupo imobiliário baiano criou, inclusive, uma bandeira hoteleira chamada Kahakai, e outras ainda serão lançadas posteriormente.

O ecossistema

O braço de lazer da VCA Construtora nasce com três projetos já em comercialização em Porto Seguro (BA), Ilhéus (BA) e Barra dos Coqueiros (SE). Outros três, ainda sem cidades oficialmente divulgadas pelo grupo imobiliário baiano, serão lançados até o final do ano.

YAH - modelo do projeto - VCA Construtora
Projeção de um dos futuros projetos da VCA

Por fim, mais três empreendimentos iniciam as vendas em março de 2024. Segundo Couto, o objetivo é criar uma rede com 50 unidades no litoral nordestino, somando um VGV (Valor Geral de Venda) de R$ 5 bilhões.

“Já temos 21 terrenos negociados em sete estados nordestinos. Nosso objetivo é chegar aos nove estados, em 50 destinos”, revela o executivo.

“Queremos realizar até 10 lançamentos por ano em cinco anos, para estar com todos prontos e em operação em oito anos. Acredito que serão até 36 meses de construção, mas depende muito da área. A nosso favor, pesa o fato de nunca termos atrasado uma obra, e queremos permanecer nessa toada”, continua.

O preço dos imóveis varia de R$ 199 mil a R$ 337 mil e os interessados terão a opção de comprá-los mobiliado ou não. Em entrevista ao Diário do Comércio, Couto revelou que cada empreendimento terá cerca de 400 apartamentos.



Modelos de apartamentos e valores:

  • Studio (UH para três pessoas): R$ 199 mil sem mobília; com móveis e decoração se adicionam mais R$ 38 mil
  • Quarto e sala (UH para cinco pessoas): R$ 247 mil sem mobília; com móveis e decoração se adicionam mais R$ 45 mil
  • Quarta, sala e suíte (UH para oito pessoas): R$ 337 mil sem mobília; com móveis e decoração se adicionam mais R$ 66 mil


Couto acrescenta ainda que a VCA Construtora vai financiar o consumidor na compra dos imóveis. “Com nossos muitos lançamentos imobiliários nos demais braços da empresa, construímos desde 2017 várias carteiras de recebíveis, e esses empreendimentos já foram entregues. Vamos seguir, portanto, com nossa atuação de sempre: usar esse recebível para continuamente investir, só que no desenvolvimento da YAH. Então, os projetos serão iniciados sem recursos de terceiros”, destaca.

Nestes seis lançamentos previstos até o fim deste ano, por exemplo, a VCA Construtora pretende aportar R$ 180 milhões nos projetos, projetando e VGV de R$ 650 milhões, disse Couto ao Diário do Comércio. “Nosso público-alvo inicial são moradores de cidades secundárias no Nordeste, e sem praia. Em paralelo, vamos testar o mercado mineiro e paulista com uma campanha online para entender o mercado e a demanda para, posteriormente, abrir lojas de venda físicas”, revela.

“Ofertaremos financiamento de 240 meses, com entrada iniciando em R$ 14,9 mil, a depender do tipo de apartamento. É um pé na areia acessível”, brinca Couto, que finaliza. “Numa comparação com o modelo de multipropriedade, vamos ganhar no volume, em vez de tirar de uma unidade única o máximo possível de VGV”, finaliza.

(*) Crédito das fotos: Divulgação/VCA Construtora