Para a hotelaria da capital do país, que não costuma ser um destino de destaque para a virada de ano, a posse presidencial era esperada com grande expectativa. Entretanto, perante um cenário turbulento após o fim das eleições, o setor revisou os dados para a data. De acordo com a Folha de São Paulo, a ocupação em Brasília deve ficar abaixo dos 90% previstos, patamar tradicionalmente atingido em anos de mudanças de governo.

Segundo informações da ABIH-DF (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Distrito Federal), o indicador deve chegar a 84%. A queda é reflexo de alguns fatores, como a organização do evento, que impactou diretamente a procura por hotéis.

Henrique Severien, presidente da ABIH-DF, revela que o PT recebeu autorização para usar escolas públicas como alojamento para os apoiadores em Brasília. Além disso, o partido distribuiu barracas no Parque da Cidade, no estádio Mané Garrincha e na Granja do Torto para receber o público.

Outros fatores

Fora isso, o contexto é o principal responsável pelo desempenho hoteleiro brasiliense. Apesar das boas expectativas, o cenário de alta nos preços dos combustíveis, a manutenção da greve no setor aéreo e as ameaças de bomba por  seguidores radicais do governo anterior, definitivamente impactaram a demanda de viagens para a capital do país.

“Houve uma sucessão de notícias delicadas e ficou difícil atingir os 90%. Os atos de vandalismo, as ameaças de bomba, a greve dos aeroviários. E tudo isso associado a preços de tarifas muito elevadas, tanto na companhia aérea quanto na própria hotelaria”, disse Severien.

Contudo, segundo o presidente da ABIH-DF, embora a taxa de ocupação esteja abaixo do esperado, o aumento da tarifa média dos hotéis ajudou a compensar o resultado, conforme previsto pelos dados da OTA Insight, consultados pela reportagem do Hotelier News.

(*) Crédito da foto: Karime Xavier/Folhapress