A oferta de imóveis de short-term rental no Airbnb em Nova York caiu 83%, para apenas 3,7 mil em um ano, de acordo com relatório divulgado pela empresa de análise de dados AirDNA. Para a plataforma de hospedagem, a restrição, que vem acontecendo também em outras partes do mundo nos últimos anos, coloca milhões de dólares de receita em jogo e traz dúvida sobre o futuro de mercados aquecidos no segmento, como o Brasil, aponta O Globo.

Em 2022, a empresa obteve US$ 85 milhões em receita líquida em Nova York, dado divulgado anteriormente em processos judiciais. Para reverter este cenário, a empresa está pedindo às autoridades cidade que reduzam uma regulamentação local proibitiva à maioria de seus anúncios de curta duração, aqueles de menos de 30 dias, que entrou em vigor há quase um ano, citando impactos sobre viajantes e anfitriões.

Em uma postagem ontem (3) em seu blog, o Airbnb, que já vem enfrentando este conflito com a Big Apple desde o ano passado, disse que a regulamentação a Lei Local 18 da Cidade de Nova York, que exige que os anfitriões de aluguéis de curto prazo obtenham uma licença verificando a conformidade com as rígidas regras de ocupação e códigos de construção do destino, não cumpriu a promessa de combater a crise imobiliária.

Os aluguéis em Nova York seguem em alta, e os viajantes enfrentam menos opções de hospedagem devido aos preços recordes dos hotéis, destacou o Airbnb. A empresa pediu que as regras sejam flexibilizadas para facilitar o aluguel de imóveis.

Restrições

Em janeiro, o Airbnb publicou um estudo apoiando sua posição de que as regras não melhoraram a acessibilidade à moradia: os aluguéis continuam subindo, e a redução das locações de curto prazo não liberou unidades habitacionais.

“Nova York deve reavaliar a Lei Local 18 e considerar mudanças que permitam que os proprietários voltem a receber hóspedes,” afirmou Theo Yedinsky, vice-presidente de Políticas Públicas do Airbnb.

O executivo sugeriu que revisar a legislação pode ampliar a oferta de acomodações, apoiar anfitriões locais e revitalizar o comércio que depende do turismo. Esse pedido é mais um capítulo na disputa entre o Airbnb e Nova York sobre a regulamentação dos aluguéis de curto prazo. A empresa já processou a cidade para barrar as novas regras, mas o caso foi rejeitado. Desde setembro, plataformas como o Airbnb estão proibidas de transacionar unidades não registradas.

Até agora, a cidade não deu sinais de que alterará a legislação. Após atrasos no processamento das solicitações dos anfitriões, o Gabinete de Fiscalização Especial do prefeito informou que analisou 99,7% das 6,6 mil solicitações recebidas no último ano.

Cerca de 38% foram aprovadas, percentual semelhante foi negado, e o restante devolvido para ajustes. Christian Klossner, diretor de Fiscalização, elogiou a regulamentação por ajudar “a cidade a reforçar a aplicabilidade de leis habitacionais que muitos violaram e que algumas empresas exploraram.”

(*) Crédito da foto: Divulgação/Airbnb