Apesar de especulações de possíveis construtoras interessadas, o leilão do Othon Palace terminou sem lances. O pregão virtual realizado pela Rymer Leilões foi encerrado há pouco e, com a falta de compradores, o imóvel volta para o plano de recuperação judicial da Hotéis Othon. O valor mínimo atribuído foi de R$ 30 milhões, somando-se ainda débitos de IPTU na ordem de R$ 5,4 milhões que ficariam a cargo do arrematante.

Segundo o consultor hoteleiro Marteen Van Sluys, o resultado já era esperado devido à situação do mercado em Belo Horizonte e aos valores de venda. “Era previsível não termos lances sabendo do valor atribuído pelo plano de recuperação judicial. O momento da hotelaria é infeliz para a aquisição de ativos, com previsão de dois anos para retorno do RevPar na capital mineira”, explica.

Conforme citado no pregão, não haverá segunda rodada de lances e o destino do Othon Palace ainda é incerto. “O imóvel terá finalidade a ser definida, o que é ruim para Belo Horizonte. O prédio está com a fachada degradada na avenida Afonso Pena, um dos endereços mais nobres da cidade”, destaca Sluys.

Outro empecilho é a falta de potencial da propriedade para outras finalidades além da hotelaria. “Não sabemos outra aptidão para o imóvel que não seja hotel por questões como tombamento de fachada, inexistência de estacionamento entre outros aspectos de arquitetura de interiores que dificultaria muito a adaptação para outras realidades”.

Othon Palace: o imóvel

A unidade da Hotéis Othon na capital mineira foi inaugurada em 1978. Por alguns anos, foi considerado único hotel de luxo da cidade. Localizado na avenida Afonso Pena, o empreendimento fica bem em frente ao Parque Municipal, no Centro. Imponente, o imóvel tem 25 andares e quase 300 apartamentos.

Com muitas dívidas tributárias e em recuperação judicial, a Othon fechou sua unidade em Salvador, também em 2018. No mesmo ano, a prefeitura de São Paulo havia inaugurado a sede da Secretaria Municipal de Finanças e Desenvolvimento Econômico no prédio onde funcionava o Othon Palace, no Centro da capital paulista. Fechado desde 2008, o imóvel foi declarado pela administração municipal de utilidade pública e desapropriado em 2012.

Hoje, a tradicional cadeia hoteleira mantém unidades em funcionamento no Rio de Janeiro e no interior de São Paulo, mais precisamente em Matão e Araraquara.

(*) Crédito da foto: Google Street View