Samba Hotéis - retomada - internaFoco da rede são hotéis independentes e com altos custos

Com unidades distribuídas por São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, além do Líbano, a Samba Hotéis se mostra otimista quanto à retomada do mercado. Detentora de um portfólio com 12 hotéis, a rede entende que o pior da crise provocada pela pandemia já passou e, desde o day one, já trabalha pensando na recuperação do mercado. 

Com boas perspectivas de negócios, o grupo busca oportunidades de aprendizado com a crise. “Obviamente, decidimos por algumas ações táticas que mudaram levemente nossa orientação inicial, mas continuando com foco no negócio no longo prazo em vez de ser nos próximos meses. A perspectiva é de uma nova acomodação entre os players do segmento, sendo para nós, uma empresa em crescimento, também uma grande oportunidade”, comenta Guilherme Castro, CEO da Samba Hotéis.

Quanto ao setor, Castro acredita ainda que mercado vai se reorganizar frente aos desafios. “Este é o segredo do capitalismo, ele sempre se reinventa para quem tem as lentes corretas”, analisa. “Vemos um crescimento do número de viagens rodoviárias no lazer, no corporativo e eventos, além de reuniões e viagens mais longas se transmutando em encontros regionais com maior frequência”, avalia.

Outro ponto de dificuldade para o segmento business é a popularização dos calls, que substituem os eventos in loco em tempos de isolamento social. A aposta da marca é nos algozes gerados pelo home office, tais como conciliar o trabalho com as crianças em casas e todos os outros "poréns" da permanência no lar. “É um novo ciclo econômico e quem sobreviver certamente colherá frutos incríveis”, visualiza Castro.

Samba Hotéis - retomada - guilherme castroCastro: capitalismo sempre se reinventa para quem tem as lentes corretas​

Samba Hotéis: uma marca movida por desafios

Ainda segundo o CEO, a Samba Hotéis está acostumada a assumir hotéis com graves problemas de gestão e de caixa. Portanto, o momento não registrou tantas novidades. “O DNA da Samba sempre foi ajudar hotéis em dificuldade. Falar de um processo de recuperação passa por um de evolução também, de assentamento de novas verdades com a certeza que serão descartáveis em pouco tempo”, pontua. “Vejo um processo contínuo entre vales e picos, onde o vale é a maior oportunidade para chegarmos ao novo pico. E aqui estamos enquanto Samba, fazendo nosso máximo neste sentido para os hotéis atuais e os recém-chegados que a crise nos deu”, complementa.

Ainda em maio, Castro desenhou um cenário sobre a crise ao Hotelier News. Agora, com as engrenagens mais alinhadas para a retomada do setor, o CEO enxerga um segundo semestre com a economia “correndo”. “De fato, sofreremos ainda um pouco até lá, mas com afinco, gestão e os olhos abertos para ajustes no tripé: receitas, despesas e modelo de negócio, chegaremos lá não somente vivos, mas com a robustez necessária para nossa chegada entre as 10 principais redes do país em número de hotéis”, destaca.

Em março, a marca havia traçado o plano de atingir 32 operações até 2025. Quando questionado sobre novas unidades, o executivo diz que oportunidades estão aparecendo mesmo durante a pandemia. Segundo Castro, o foco da Samba hoje tem sido nos hotéis independentes com governança comprometida ou propriedades de redes com custos altos.

“Desta forma, a transição para uma empresa realmente enxuta, com grande valor agregado e relacionamento direto com o board da empresa como a Samba foi um caminho natural nestes meses atípicos. Portanto, apesar do comprometimento de nosso caixa e resultados em 2020, a prospecção nunca esteve tão bem. Dizem que não criamos um modelo de negócio, mas marcamos um encontro. Se isso é verdade, nosso dating foi no Covid”, finaliza.

(*) Crédito das fotos: Divulgação/Samba Hotéis