sábado, 8/novembro
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Parceria de longa data e de bons frutos

Uma receita de R$ 892 milhões em 2024, alta de 15% sobre o ano anterior, mesmo com o impacto das chuvas no Rio Grande do Sul. Uma base de hotéis formada por 77 unidades em 49 cidades de 15 estados brasileiros. Um ambicioso plano de chegar a 140 propriedades sob gestão até o final de 2027. Maior operadora hoteleira do país com capital 100% nacional, a Atrio Hotel Management é também a maior franqueada da Accor nas Américas, bem como top 20 no mundo. Por isso, não é exagero afirmar que essa parceria fortaleceu a presença e gerou resultados expressivos para ambas empresas desde seu início.

No Brasil desde 1975, a Accor abriu seu hotel de número 13 no país na pacata e rica Joinville (SC). Erguido do zero por empresários locais, o projeto foi uma das primeiras unidades da marca Parthenon fora das grandes capitais, dando início à parceria com a Atrio e encorpando a interiorização das bandeiras da rede francesa, àquela época ainda incipiente.

“Começamos a fazer os primeiros estudos do projeto em 1990, com a abertura ocorrendo três anos depois”, relembra Beto Caputo, cofundador e CEO da operadora catarinense, destacando que colocar mais um independente no mercado não estava nos planos desde o começo.

Segundo o executivo, o objetivo era ter uma marca global para atingir consumidores de qualquer parte do planeta. “Se isso é importante hoje, imagine como era fundamental para o sucesso de um hotel na era pré-internet, em um mundo menos conectado como o atual”, observa, elencando em seguida os motivos que levaram à escolha da rede francesa em meio a uma oferta grande de opções na hotelaria mundial.

“Além de inovadora, a Accor foi a rede internacional que mais compreendeu e se preparou para o fenômeno dos flats no Brasil”, acrescenta Caputo, referindo-se ao produto criado à época pelo mercado imobiliário – e que fez muito sucesso – para atender à dificuldade de funding para o desenvolvimento hoteleiro no Brasil.

“Pode-se afirmar que foi a Accor quem melhor desenvolveu o modelo contratual de flat posteriormente usado por toda a hotelaria. Mais ainda, foi a única grande rede internacional que apostou em crescer por meio desse modelo e criou uma marca para isso, que foi justamente a Parthenon.” – Beto Caputo, cofundador e CEO da Atrio Hotel Management

No entanto, Caputo reconhece as dificuldades em expandir o modelo de flats para praças secundárias, como Joinville, devido ao tamanho e ao preços dos apartamentos, o que desestimulavam o interesse das incorporadoras locais em desenvolver propriedades nesse formato. “Não eram quartos de hotel, entende?” Na visão do CEO da Atrio, foi na década seguinte que a Accor demonstrou sua capacidade de inovar e consolidou sua posição na hotelaria nacional com o lançamento da marca ibis.

“Foi um grande acerto, pois a bandeira ibis se alinhou perfeitamente ao lançamento dos condo-hotéis pelo mercado imobiliário. Com apartamentos mais compactos e soluções funcionais, tornou-se muito mais fácil atrair o interesse das incorporadoras e comercializar o produto, mesmo em cidades secundárias e terciárias. Isso, sem dúvida, acelerou nossa expansão e também a da Accor, fortalecendo ainda mais nossa parceria”, relembra o executivo, destacando outra importante inovação da rede francesa com a marca.

Parceria - Accor e Atrio - Mercure Joinville
O atual Mercure Joinville Prinz é o primeiro projeto conjunto de Accor e Atrio

“A Accor exigia localizações premium, o que foi um grande diferencial. Nos Estados Unidos, por exemplo, marcas de padrão similar estavam nos subúrbios, longe dos melhores pontos da cidade. Além disso, naquela época, as vendas eram exclusivamente diretas, sem intermediários como agências e operadoras, em um período anterior às OTAs”, destaca Caputo. “Essa combinação de pontos premium, estratégia comercial acertada e operação enxuta foi decisiva, permitindo a rápida expansão da bandeira ibis e, naturalmente, da nossa também”, completa.

O CEO da Atrio recorda as primeiras inaugurações da bandeira econômica da Accor. A primeira ocorreu em 2003, com o ibis Blumenau, que teve um excelente desempenho e se tornou a primeira franquia hoteleira do Brasil, conforme a legislação vigente à época. Em seguida, veio o ibis Joinville, outro sucesso, que motivou a operadora a expandir suas operações para além do mercado catarinense.

“Buscamos, então, um projeto em Porto Alegre, que foi tão bem-sucedido que, no sexto dia de operação, o hotel alcançou 100% de ocupação, algo raro em períodos de soft opening”, relata Caputo. “Naquele momento, nossa avaliação era de que o mercado e o consumidor demandavam um produto como o ibis, e sua consolidação no país confirma essa projeção. A bandeira é líder incontestável”, acrescenta.

“Somos testemunhas da força do ibis no Brasil. Os brasileiros aprenderam a confiar na marca e sabem exatamente o que esperar. Fora dos grandes centros, a bandeira tem excelente desempenho, mesmo após sua forte interiorização nos últimos anos. Do ponto de vista do investidor hoteleiro, todos que consideram desenvolver projetos em mercados secundários e terciários consultam primeiro a Accor.” – Beto Caputo, cofundador e CEO da Atrio Hotel Management

Hoje, a Atrio também administra hotéis de outras bandeiras da Accor, como Novotel e Mercure. No ano passado, por exemplo, a operadora catarinense inaugurou o Novotel Recife Marina, um projeto muito aguardado na capital pernambucana (veja Hotel In Loco). Ainda assim, a marca econômica da rede francesa continua sendo o principal motor de crescimento da empresa liderada por Beto Caputo e deve manter esse papel nos próximos anos.

“Para 2025, orçamos uma receita de R$ 1,17 bilhão, montante que, se atingido, representará alta de 34% frente ao ano passado. Esse desempenho será puxado não só pelo crescimento das diárias, mas também pela alta da ocupação”, afirma o CEO da Atrio. “Nosso otimismo está calcado na adição de hotéis maiores à rede, no baixo desemprego, no consumo das famílias, que continua avançando, e no dólar alto, que inibe viagens ao exterior. Além disso, o calendário de grandes shows no país muito nos anima, pois possibilita incrementos de diária média e ocupação”, finaliza.

(*) Crédito da capa: Divulgação/Atrio Hotel Management

(**) Crédito da foto: Arquivo HN

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