Quanto ganha o alto escalão corporativo brasileiro? Segundo uma pesquisa desenvolvida pelo FESA Group, ecossistema de RH, em parceria com a TM20 Branding, empresa especializada em valor de marca e consumer insights, o salário dos CEOs do país é, em média, de R$ 98.000. A remuneração ainda pode variar de R$ 69.500 até R$ 215.000, a depender do setor e tamanho da companhia.

O estudo, divulgado pela Forbes, traz um panorama regional dos líderes brasileiros. A maioria está no Sudeste (71%), seguido pelo Sul (21%) e Centro-Oeste (8%). O levantamento, realizado entre 2023 e 2024, entrevistou 34 CEOs de diferentes segmentos. Em sua maioria, são empresas de capital fechado.

O relatório não menciona o turismo, mas um levantamento entre empresas do S&P 500 2023 mostra que, globalmente, Glenn Fogel, CEO da Booking Holdings, é o mais bem remunerado do segmento (US$ 46,7 milhões). Levando o recorte para a hotelaria, Chis Nassetta, da Hilton, lidera com US$ 25,5 milhões acumulados no ano passado.

Disparidade de gênero

O estudo ainda escancara a disparidade de gênero no mercado corporativo brasileiro. Dentre os respondentes, 94,1% dos cargos de CEO são ocupados por homens, enquanto apenas 5,9% são preenchidos por mulheres.

Uma pesquisa da Deloitte, publicada em julho deste ano, revela que apenas 6% dos CEOs no mundo são lideranças femininas. No Brasil, o levantamento analisou 160 empresas, apontando um aumento de mulheres em conselhos administrativos. Em 2023, havia 170 profissionais nesses cargos, alta de 10% frente a 2021.

Por outro lado, o avanço de mulheres CEOs na mesma base comparativa foi modesto, salto de 1,2% para 2,4%.

O peso da experiência

Voltando ao estudo do FESA Group, os CEOs brasileiros têm o perfil de construir uma trajetória sólida em suas respectivas empresas. Pratas da casa, 80% estão na cadeira há mais de cinco anos. Apenas 21% dos executivos estão na posição há menos tempo, enquanto 9% já somam mais de duas décadas no posto.

Cerca de 53% dos respondentes já atuaram como presidente de outras empresas. Com essa experiência, muitos contam com um alto grau de autonomia: 47% podem tomar decisões estratégicas com consultas mínimas ao conselho, enquanto 6% têm autonomia total.

Os CEOs afirmaram que a criação de estratégias (70,6%) e a gestão de pessoas (64,7%) são os principais desafios que enfrentam no cargo.

Vale lembrar que, em 2025, a HotelConsult e a IDEE realizarão a primeira pesquisa salarial voltada exclusivamente para o setor hoteleiro, que incluirá hotéis de diferentes portes, perfis e localidades do país.

(*) Crédito da foto: Freepik