Em live encerrada há pouco, a Braztoa (Associação Brasileira das Operadoras de Turismo) divulgou os dados de um levantamento realizado em parceria com a UnB (Universidade de Brasília) por meio do LETS (Laboratório de Estudos em Sustentabilidade e Turismo) e a Amplia Mundo. A pesquisa aponta os impactos da pandemia nas operadoras de turismo associadas à entidade e no comportamento dos consumidores.

A transmissão foi conduzida por Marina Figueiredo, vice-presidente da Braztoa, e contou com a participação das pesquisadoras Anastasiya Golets, mestra em Turismo pela UnB; Jéssica Farias, mestra em Psicologia Social pela UnB e Helena Costa, mestra em Turismo e líder do LETS.

“Desde março estamos realizando pesquisas com os associados para entender o impacto da pandemia, expectativas e percepções. Em abril, conseguimos um refinamento maior com o apoio da professora Helena na apuração. Além deste olhar, ainda sentíamos falta de ver o impacto para o consumidor e descobrimos que a UnB já tinha essa pesquisa e toparam compartilhar os resultados e incluir questões específicas do mercado”, inicia Marina.

O bate-papo foi dividido em dois momentos: primeiro, a Braztoa divulgou o balanço do impacto nas operadoras associadas e, em segundo, a professora Helena ao lado das outras pesquisadoras apontaram as mudanças e tendências de comportamento dos turistas no pós-pandemia.

Cerca de 54% das agências e operadoras não realizaram nenhuma venda em abril contra 46% que venderam. Entre as empresas que tiveram algum lucro, 80% afirmam que as comercializações do mês passado representam 10% do total vendido no mesmo período em 2019 – o que representa perdas de 90% em faturamento – R$ 1 bilhão apenas em abril.

Sobre os produtos vendidos, 64% comercializaram destinos nacionais e internacionais; sendo 93% dos embarques para o segundo semestre de 2020 e 84% para 2021. Outros 24% das vendas têm data marcada para julho deste ano, levando em conta as variantes do avanço do coronavírus no país e medidas restritivas.

Para 48% das operadoras tiveram aumento de cancelamentos e outras 28% mantiveram seus índices de março. Sobre a gestão, 100% dos associados reduziram seus custos internos e 96% têm realizado ações de marketing, reforço de marca em redes sociais entre outras mobilizações do setor.

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Braztoa: consumidor

Em um segundo levantamento, a entidade divulgou os resultados apurados pela UnB. Participaram da pesquisa 1.136 pessoas de todos os estados do Brasil, todas com alta experiência em viagens nacionais (mais de 10 nos últimos 5 anos) e relativamente alta experiência de viagens internacionais (43% realizaram até 5 viagens internacionais nos últimos 5 anos, 18% realizaram entre 5 e 10 viagens, 10%, entre 10 e 20 viagens, 7%, mais de 20 viagens, e 22% não realizou viagem internacional nos últimos 5 anos).

A maioria dos participantes da pesquisa foram mulheres (70%), com alto nível de formação (predominantemente pós-graduação e ensino superior completo) e idade média de 41 anos. “Vemos um desaquecimento até julho e uma expectativa de retomada depois, mas estes são dados dinâmicos, pois a pandemia no Brasil está em fase de expansão e estamos tentando dimensionar o tamanho dos prejuízos, que são imensos”, destaca a professora.

Os dados apontam que 70% dos entrevistados têm planos de viajar ainda este ano e outros 60% afirmam que tiveram que alterar seus planos devido à Covid-19. São 56% de adiamentos e 36% de cancelamentos. Para 2021, 82% têm intenção de viajar; 23,3% mudaram os planos; 51% adiaram e 12% cancelaram. Entre as viagens programadas, 57% são do segmento de lazer.

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Para 2020, o turismo nacional se mostrou mais aquecido (60%) contra 51% das previsões para destinos internacionais em 2021. A região com maior procura é a Nordeste (21,8%) e Europa (21,6%). 

Sobre as perspectivas em relação à doença, 52% percebem a Covid-19 como uma doença de alta severidade; 56% acreditam ter grandes chances de serem contaminados durante uma viagem em 2020 e 54% percebem média probabilidade de contágio em 2021. Sobre a duração, 67% acreditam que a pandemia deve durar até seis meses e 25% até um ano.

Os entrevistados responderam de forma espontânea que  a segurança e ausência de risco à saúde é o principal fator na tomada de decisão de viajar ou não, além da criação de uma vacina, estabilidade financeira e controle sanitário.

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(*) Crédito da capa: reprodução da internet

(**) Crédito das imagens: Divulgação/Braztoa