Pib - segundo semestreIndicador despencou 9,7% comparado ao 1º trimestre

Em agosto, o BC (Banco Central) projetava perdas de 10,94% no segundo semestre, e quase acertou. Segundo divulgado hoje (1) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e publicado pela Reuters, o PIB brasileiro sofreu retração recorde frente aos primeiros três meses do ano, despencando 9,7%, levando o país a recessão.

Com perdas históricas na indústria e setor de serviços devido à pandemia, o declínio do PIB se aprofundou entre abril e junho depois do recuo de 1,5% no primeiro trimestre. As medidas de isolamento social aplicadas no país em março e o desaquecimento das atividades atingiram seu ápice em abril, entretanto, indicadores mostram que o movimento econômico vem ganhando força com a reabertura de empresas e comércios.

A deterioração da atividade fica ainda mais clara na comparação anual, uma vez que o PIB apresentou perdas de 11,4% sobre o segundo trimestre de 2019, também a queda mais forte da série iniciada em 1996, de acordo com o IBGE.

PIB: perdas recordes

O IBGE informou, que do lado da produção, a Indústria foi a mais afetada com recuo recorde da produção de 12,3% no segundo trimestre sobre o primeiro. Somente a indústria de transformação apresentou perdas de 17,5%, enquanto construção caiu 5,7% e a atividade de eletricidade e gás, água, esgoto recuou 4,4%.

Já o setor de serviços teve contração de 9,7% no período, resultado também inédito, com destaque para as perdas de 19,8% em outras atividades de serviços, que reúne serviços prestados às famílias. Somados, indústria e serviços representam 95% do PIB brasileiro.

A Agropecuária, por sua vez, mostrou que passou praticamente incólume à pandemia ao registrar crescimento de 0,4%, devido principalmente à produção de soja e café. Com esses resultados, a contração acumulada no primeiro semestre deste ano chegou a 5,9% em relação ao mesmo período de 2019, de acordo com o IBGE. Em todo o ano passado, houve crescimento de 1,1% do PIB.

Com isso, o PIB encontra-se agora no mesmo patamar do final de 2009, auge dos impactos da crise global. O IBGE ressaltou ainda que adotou tratamentos específicos seguindo recomendações internacionais para retratar o impacto da pandemia, mas que isso não configura mudança de metodologia. A Covid-19, doença causada pelo coronavírus, já deixou mais de 121 mil mortos e infectou mais de 3,9 milhões no país.

(*) Crédito da foto: Amanda Perobelli/Reuters