pib construçãoSetor volta a crescer após registrar 20 quedas consecutivas

Dados divulgados ontem (29) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram crescimento do setor de construção no segundo trimestre. O PIB (Produto Interno Bruto) do segmento subiu 1,9% na comparação com o primeiro trimestre deste ano e 2% em relação ao segundo trimestre de 2018. Esta a primeira elevação após 20 quedas consecutivas da atividade nesta base de comparação. No entanto, a indústria de construção ainda registrou queda de 0,1% no primeiro semestre na comparação com igual período do ano anterior. 

“Esta alta do PIB da construção ainda está longe de representar uma recuperação das construtoras. A elevação de 1,9% ocorreu devido ao aumento dos financiamentos imobiliários e do crescimento das vendas dos materiais de construção, mas a atividade das construtoras segue em patamares muito reduzidos”, diz Odair Senra, presidente do SindusCon-SP (Sindicato da Construção).

Para o mercado imobiliário, o resultado é animador. “Dados animaram muito o setor porque estamos vendo um aumento nas vendas, até mesmo surpreendente, assim como entrega de empreendimentos. Existe uma demanda reprimida por apartamentos de classe média e alta e, principalmente, de unidades econômicas tipo minha casa minha vida. Agora é a hora de retomar o tempo perdido e recuperar o prejuízo que a crise causou nesses últimos anos e voltar a crescer”, afirma Caio Calfat, presidente da Adit Brasil (Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil).

A Pesquisa do Mercado Imobiliário, realizada pelo departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP, apurou que, em junho, houve a comercialização de 6.319 novas unidades residenciais. O resultado foi 103% superior ao total vendido em maio (3,1 mil). O desempenho foi ainda 176% acima das vendas de junho de 2018 (2.288).

PIB Construção: recuperação de mercado

Para Calfat, esse é o primeiro passo de uma retomada, que deve continuar até o fim do ano. “Acredito que até o fim deste ano haja uma recuperação mais forte da economia e, por consequência, do setor imobiliário, que é um segmento muito suscetível a crises pelo seu longo ciclo de funcionamento. Porém, em tempos de melhora, também é um mercado que se recupera rápido, então a expectativa é que o cenário melhore bem até o final do ano e que seja indicativo para 2020”, diz. 

Segundo Senra, “há necessidade de mais estímulos para aumentar a atividade das construtoras e atrair investimentos, tais como o andamento das reformas, desburocratização, agilização dos licenciamentos e preservação dos recursos do FGTS para o financiamento da habitação popular”.

(*) Crédito da capa: Sean Pollock/Unsplash