PIB - estimativa 2020_Paulo GuedesGuedes: alta nas exportações para a China evitaram choque externo no país

Em live realizada hoje (30) com parlamentares, o ministro da Economia, Paulo Guedes, falou sobre estimativas para a economia este ano. Diante do impacto do coronavírus, projeções iniciais da equipe econômica apontavam que o PIB (Produto Interno Bruno) deveria encolher 6%. No entanto, como o país não está sofrendo choque externo, a previsão foi revisada. Agora, trabalha-se com uma queda de 4%, informa a Reuters.

“O Brasil ia cair 6%, sendo 2% o choque externo e 4% por desativação interna. Na verdade, esses 2% de externo não estão acontecendo”, afirmou Guedes em audiência virtual da comissão mista da Câmara e do Senado que acompanha a crise do Covid-19. 

Segundo o ministro, a elevação das exportações para a China (+25%) está compensando a redução de mais de 30% das vendas externas para Estados Unidos e Argentina. Com isso, vem preservando a economia brasileira de um choque externo.

“Como a China é hoje mais do que a soma de Estados Unidos, Argentina e União Europeia, as exportações brasileiras estão inalteradas. Subiram bastante em agronegócio, caíram um pouco em manufaturados, mas o impacto externo, como eu previa, puramente do ponto de vista de choque externo, não está tendo grandes consequências por enquanto”, acrescenta Guedes.

PIB e a hotelaria

Guedes também complementou que a “maldição” de ser uma economia excluída das cadeias de produção globais acabou sendo uma “benção” no cenário atual. Ainda assim, o ministro reconhece que a estimativa atual é precária por não se saber a extensão ou profundidade da crise da saúde.

A estimativa é um importante balizador para a hotelaria, visto que o desempenho do setor normalmente é em linha com o PIB. Embora ainda seja prematuro falar sobre retomada, a Accor trabalha com uma perspectiva de queda de 40% a 50% na receita, disse Patrick Mendes, CEO da rede francesa para a América do Sul, em contato com a reportagem do Hotelier News.

(*) Crédito da foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil