O crescimento de 0,4% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil no terceiro trimestre frente aos três meses anteriores veio abaixo do esperado. O resultado divulgado hoje (1) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sinaliza desaceleração da atividade econômica, aquém das expectativas do mercado financeiro, segundo informado pela Folha de São Paulo.
Analistas da Bloomberg esperavam avanço de 0,6%, contudo, mesmo com a performance inferior ao projetado, o PIB brasileiro alcançou seu maior patamar da série histórica, iniciada em 1996, de acordo com o IBGE. No segundo trimestre deste ano, o indicador já havia atingido um nível superior ao do início de 2014, antes da recessão econômica.
Em relação ao trimestre anterior, esta é a quinta taxa positiva consecutiva do PIB. O indicador cresceu 1% no segundo trimestre deste ano, apontam dados revisados pelo IBGE. Inicialmente, essa alta havia sido estimada em 1,2%.
Em valores correntes, a produção de bens e serviços do país chegou a R$ 2.544 trilhões de julho a setembro. Vale lembrar que o terceiro trimestre foi marcado pelas eleições presidenciais, impulsionando medidas econômicas do governo de Jair Bolsonaro — derrotado na disputa encerrada em outubro.
O IBGE ainda informou uma revisão no PIB de 2021. De acordo com os novos dados, a economia brasileira avançou 5% no ano passado — valor superior ao divulgado anteriormente, de 4,6%. Já no primeiro trimestre deste ano, a alta foi de 2,4%, e não de 1,7%, enquanto no segundo trimestre o crescimento foi de 3,7%, e não de 3,2%.
Serviços segue como propulsor da economia
Com peso de 70% do PIB, o setor de serviços avançou 1,1% no terceiro trimestre. Bares, restaurantes, hotéis, academias de ginástica, salões de beleza, comércios e instituições de ensino fazem parte desse segmento.
Nos serviços, os destaques foram informação e comunicação (3,6%), com alta de serviços de desenvolvimento de software e internet, atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (1,5% ) e atividades imobiliárias (1,4%).
O segmento de outras atividades de serviços (1,4%), que representa cerca de 23% do total de serviços e inclui, por exemplo, alojamento e alimentação, também cresceu.Único segmento dos serviços que ficou no campo negativo, o comércio variou -0,1% no terceiro trimestre.
“As outras atividades de serviços já vêm se recuperando há algum tempo, com a retomada de serviços presenciais que tiveram demanda represada durante a pandemia”, disse Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.
No terceiro trimestre, a variação positiva do PIB também foi influenciada pelos resultados da indústria (0,8%). A agropecuária, por outro lado, recuou 0,9%.
Analistas do mercado financeiro projetam alta de 2,81% para o PIB no acumulado de 2022, conforme a mediana do boletim Focus, divulgado na segunda-feira (28) pelo BC (Banco Central).
(*) Crédito da foto: Alex Kotliarskyi/Unsplash

















