sexta-feira, 5/setembro
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Possível fim do TikTok nos EUA liga o alerta da hotelaria

O TikTok pode estar com os dias contados nos EUA. Isso porque a empresa planeja fechar seu aplicativo para usuários do país a partir deste domingo (19), quando poderá entrar em vigor uma lei federal proibindo a ferramenta de mídia social. A alternativa para evitar que isso aconteça depende da Suprema Corte entrar com medidas para bloquear a lei, aponta O Globo. Com a rede social ganhando cada vez mais espaço na hotelaria como aliada nas estratégias de marketing, qual seria o impacto no setor?

Com sua capacidade de destacar conteúdos e explorar tendências virais, o TikTok emergiu como um recurso muito útil nas estratégias de promoção de propriedades hoteleiras. Desde suas origens, a rede tem conquistado cada vez mais usuários devido ao seu formato dinâmico. Agora, a plataforma está se tornando uma vitrine crucial para hotéis, oferecendo oportunidades de se sobressair em um mercado já saturado.

Recentemente, a empresa deu um passo importante na direção das vendas online, mais especificamente para o turismo, anunciando uma ferramenta específica de anúncios para players do setor. Na prática, a novidade visa auxiliar o mercado de viagens a encontrar usuários do TikTok e influenciá-los a viajarem, como explica Hannah Bennett, head de Viagens da companhia. O plano é lançar o produto para o público geral assim que o período de avaliação acabar.

Cabe lembrar que os EUA são um mercado extremamente importante para a hotelaria e turismo. Dessa forma, é possível mensurar o impacto da perda de usuários no país, caso se confirme o encerramento das atividades da plataforma. Dos 170 milhões de americanos, um terço, segundo estimativas do próprio TikTok, deixariam de acessar o app se a proibição durasse um mês.

Segundo levantamento feito pela MMGY Global, a influência da rede social chinesa sobre as decisões de compra dos viajantes aumentou 10% em 2022. Entre os motivos que levam o aplicativo a ter bom desempenho nas campanhas de vendas, está a capacidade da plataforma de influenciar a tomada de decisões precoces.

O trâmite

Em abril do ano passado, o presidente Joe Biden assinou uma lei exigindo que a ByteDance venda seus ativos nos EUA até 19 de janeiro deste ano, caso o contrário, uma proibição nacional seria implementada.

A Suprema Corte pareceu inclinada a manter a lei, apesar dos apelos do presidente eleito Donald Trump e de legisladores para estender o prazo. De acordo com a Reuters, caso se confirme a intenção do TikTok, o resultado da medida seria diferente do estipulado pela lei, que determinaria a proibição apenas de novos downloads do app nas lojas da Apple ou do Google, enquanto os usuários existentes poderiam continuar utilizando a ferramenta por certo tempo. Os serviços da plataforma se degradariam e, eventualmente, parariam de funcionar, pois outras empresas seriam proibidas de fornecer suporte ao TikTok.

De acordo com o plano da empresa, as pessoas que tentarem abrir o aplicativo visualizarão uma mensagem pop-up direcionando-as para um site com informações sobre a proibição. A companhia planeja oferecer aos usuários a opção de baixar seus dados, para que possam manter um registro de informações pessoais.

O TikTok e a ByteDance tentaram adiar a implementação da lei que, segundo as empresas, viola a Primeira Emenda da Constituição dos EUA contra restrições governamentais à liberdade de expressão. A plataforma planeja continuar pagando os funcionários que atuam no país, mesmo que a Suprema Corte não anule a lei que determina a venda do aplicativo ou o proíba. Atualmente, o TikTok possui 7 mil funcionários.

(*) Crédito da foto: Divulgação/TikTok