live- franquias - internaModelo deve ganhar mais força no pós-pandemia

Encerrada há pouco, a live do Hotelier News e Grupo R1 de hoje (22) colocou as franquias hoteleiras em debate. Diante do cenário criado pela crise, o modelo – que já era tendência – tem grandes chances de ganhar mais espaço no mercado pós-pandemia. Agora, para o investidor e rede franqueada, quais seus principais benefícios? Como vem caminhando o seu desenvolvimento no país? Essas foram algumas perguntas respondidas pelos convidados durante a transmissão, realizada pelo canal do YouTube.

O bate-papo, apresentado por Peter Kutuchian (Hotelier News) e moderado por Jeferson Munhoz (HotelCare e Escola para Resultados), trouxe à mesa representantes de todos os elos da cadeia: hotéis franqueados, operadoras, investidores e redes hoteleiras. Participaram da live: Isaac Pires (Rede Pires de Hotéis), Maria Carolina Pinheiro (Wyndham Hotels & Resorts), Mateus Cabau (Red Roof), Paulo Mélega (Átrio Hotel Management), Ricardo Bluvol (Atlantica Hotels), Ricardo Feital (representante de investidores) e Romulo Silva (Accor).

Kutuchian aqueceu a roda de conversa trazendo o cenário da hotelaria brasileira e destacando as oportunidades geradas pela crise. “Hoje, 80% da oferta brasileira é independente. Temos escutado que 2020 e 2021 será forte em conversões de empreendimentos que procuram soluções e dentro desse contexto, as franquias são uma boa solução. Cada marca tem sua expressão e isso acaba atraindo e fidelizando clientes”.

Vice-presidente de Desenvolvimento Latam da Wyndham, Maria Carolina contou como funciona o modelo de negócio da rede. “Cerca de 95% dos hotéis da Wyndham são franqueados, é o DNA da empresa. Na hotelaria, não existe modelo certo ou errado, mas o que cada hotel precisa. Vai depender se os proprietários têm tempo de se dedicar e se entendem da gestão de um hotel. É evidente que uma hora os investidores querem ver o dinheiro no bolso e resultados da operação, o que é uma grande oportunidade para hotéis independentes e focamos nisso com a flexibilidade que as 20 marcas oferecem”.

Recém-nomeado diretor de Desenvolvimento para Franquias da Accor, Silva explicou as diferenças entre contratos de administração e de franquias, além de destacar como a rede francesa vem aderindo cada vez mais ao modelo. “Historicamente, temos 400 hotéis na América do Sul, sendo 160 deles operados como franquia. Esse processo está mudando nosso pipeline e dando um novo ritmo para as assinaturas de contrato”, conta. “Sobre as diferenças é simples: na administração, quem faz a gestão e fornece a marca do hotel é a Accor. Já os franqueados têm duas opções: fornecemos o know how de fidelidade, distribuição e o proprietário pode fazer a gestão ou contratar alguma das operadoras de nossos hotéis”. 

Live: mercado iniciante

Comparado a outros mercados como o norte-americano, o Brasil ainda é um iniciante quando se fala de franquias. Quem argumentou sobre as diferenças entre as duas praças foi o gerente de geral do Red Roof Plus Orlando. “Um dos grandes diferenciações entre os mercados é o PIB dos EUA e, quando você desenvolve negócios, é preciso olhar riscos, oportunidade e estabilidade. O porquê de tantas franquias dos EUA é o fato do norte-americano entender que contribui com a operação, dá visibilidade e condições positivas, pois você tem uma marca de validou tudo isso. O brasileiro não está acostumado a consumir marca”, salienta.

“Comparar os EUA e Brasil existe um abismo em volume de transações. Existe um ciclo de negócios, o mercado brasileiro está se tornando mais competitivo nos últimos anos, além do brasileiro estar consumindo mais marcas. Nos últimos quatro anos, a hotelaria de bandeira cresceu em relação a independente e isso deve se acentuar com a crise, mas é fato que ainda temos um delay não só sobre marcas, mas distribuição eletrônica também”, complementa Bluvol.

O olhar dos parceiros

Franqueada Accor há 11 anos, a Rede Pires planeja aumentar seu portfólio de hotéis com marcas da rede francesa. Segundo o diretor Isaac Pires, no momento pós-Covid-19 a credibilidade da empresa fará diferença. “Vejo os hotéis independentes com dificuldade de distribuição e credibilidade. No pós-pandemia, isso será importante, pois os hóspedes buscarão referências e a Accor sendo líder de mercado conseguiremos avançar ainda mais”.

Trazendo o ponto de vista do investidor, Feital afirma que o suporte oferecido pela Wyndham foi fundamental na recuperação do empreendimento. “A Wyndham era nova no mercado brasileiro quando procuramos e tivemos uma grata surpresa com a liberdade para trabalhar. A empresa nos deu toda a assessoria necessária, o apoio esperado e propagou a marca para o exterior trazendo novos negócios. Foi um grande acerto”.

Do outro lado do balcão, representando as administradoras, Mélega destaca que, quando as responsabilidades são divididas, o resultado acaba sendo mais satisfatório. “Entendemos que o negócio hoteleiro é dividido em três pilares: propriedade, marca e administração. Muitas vezes fica eficiente separar em três agentes diferentes, que é o que acontece em nossos hotéis. A propriedade fica na mãos dos investidores, as marcas com a Accor e a gestão com a Átrio. Cada um tem um foco”.

Para assistir a live na íntegra acesse o link.

(*) Crédito da capa: Divulgação/Wyndham Hotels & Resorts

(**) Crédito da foto: reprodução da internet