David Eisen relata em seu novo artigo para o site Hotel Management, a sua experiência com o café da manhã fantástico (e gratuito) em um hotel no estado do Texas, nos Estados Unidos. A reflexão de Eisen também convida os hoteleiros do mundo a fazerem o mesmo. Uma análise oportuna do serviço – o que está sendo servido, como está sendo servido e a relevância da sua gratuidade para o hóspede. Confira.

Por David Eisen para o Hotel Management

No mês passado, em uma viagem ao Texas, hospedei-me em um hotel daquelas marcas que você já vai sabendo exatamente o que vai encontrar. Estamos falando de um apartamento limpo, uma cama confortável e um chuveiro quente com uma pressão de água satisfatória e, como "bônus", café da manhã gratuito.

Serviços e produtos gratuitos sempre conquistam a minha atenção e provavelmente não sou o único a me sentir assim em relação a tais ofertas. No entanto, muitas vezes, a generosidade tem uma razão: se é gratuito, não deve ser tão bom. Porém, quando acontece do gratuito ser ao mesmo tempo fantástico – bem, aí você tem realmente algo interessante.

Juntamente com o acesso wi-fi, o café da manhã nos hotéis possui um padrão. Não se pode oferecer apenas uma garrafa de café acompanhada por uns poucos itens óbvios. No hotel em que fiquei, havia três tipos de café, ovos, bacon, frutas frescas, mingau de aveia quente, pães e molhos diversificados. Fazendo a conta mentalmente, meu palpite é o de que, uma refeição desta qualidade signifique cerca de US$ 15 da diária de US$ 100 pagos por cada noite passada ali. Isso porque eu estava viajando sozinho. Agora imagine uma família de quatro pessoas. Nesse cenário, a refeição – naquele formato que eu estava desfrutando – também se torna uma importante aliada na contenção de gastos necessários para o roteiro da viagem.

Isso me fez refletir por que um viajante opta às vezes por ficar em um hotel que não oferece o café da manhã gratuito, pagando o mesmo valor na estada – muitas vezes até em hotéis da mesma família da marca daquele que oferece a amenidade sem custos adicionais.

Considere algumas marcas da Marriott por exemplo, antes da fusão com a Starwood. Algumas disponibilizavam a amenidade apenas para os membros do seu programa de recompensas, sendo que quatro (Fairfield, Residence Inn, SpringHill Suites e TownePlace Suites) incluiam o serviço como cortesia para todos os hóspedes, independente se fossem membros do programa ou não.

Se compararmos o Courtyard Long Island City com o Fairfield Inn & Suites New York Queens, por exemplo, encontraremos uma diferença de aproximadamente US$ 40 na sua diária para o meio da semana. Apesar de estarem bastante próximos e ambos oferecerem praticamente o mesmo conforto, no Courtyard, você tem o café da manhã gratuito com uma rica diversidade de itens, incluindo waffles. Resumindo: para quartos praticamente iguais, por menos de US$ 40 a mais na diária, você tem a comodidade de um café da manhã gratuito.

Nesta análise, não estou diminuindo as virtudes de um Courtyard ou colocando-o no mesmo nível de uma marca de categoria econômica. Apenas aponto para a vantagem de se encontrar opções de hotéis igualmente funcionais e confortáveis – com cafe da manhã gratuito – até como forma de garantir o melhor investimento em hospedagem durante uma viagem. Este mesmo cenário se aplica também em companhias como Hilton, IHG, Hyatt, entre outras.

O wi-fi tornou-se uma norma na maioria dos empreendimentos nos dias atuais. Será o café da manhã gratuito o próximo item verdadeiramente obrigatório na opinião dos viajantes modernos? Fica o dilema como "alimento" para a reflexão dos hoteleiros.

Serviço
hotelmanagement.net

* Crédito da foto: Pixabay/TiBine