Na programação do R1 Talks ESG, que discute os desafios rumo à sustentabilidade, foi apresentado o painel ESG em ação: como grandes marcas transformam eventos em uma plataforma de impacto. O bate-papo foi mediado por Ana Paula Arbache, consultora em ESG.
O encontro reuniu Cleila Teodoro, diretora institucional do Movimento Sustentabilidade no Esporte; Gabriela Brollo, especialista em Inovação Sustentável; Thiago Spiess, CEO da Equipa Group; e Renan Batista, especialista em Engenharia e Manutenção em Hotelaria com atuação em eficiência operacional e sustentabilidade.
Logo no início, Ana Paula perguntou como o ESG se conecta às áreas de atuação de cada convidado. Cleila explicou que, no esporte, o Movimento Sustentabilidade em Campo funciona como ferramenta de letramento sobre o tema.
“Nós entendemos que, hoje, uma grande parte da população não tem conhecimento nem acesso ao conceito do ESG. Aconteceu a COP30, e muita gente acompanhou de longe, sem se dar conta da importância dessas discussões”, pontuou.
Gabriela destacou a relevância de as empresas estruturarem seus relatórios. “Esses relatórios não são só uma oportunidade de realizar algo positivo para a marca, mas muitas vezes, as companhias acabam identificando lacunas e novas possibilidades, principalmente nas empresas que possuem negócios B2C, porque o brasileiro está cada vez mais consciente dessa questão ambiental”, complementou.

Mudança de paradigma
Durante o painel, Ana Paula questionou Spiess sobre transformações reais nos modelos de negócios motivadas pela agenda ESG. Ele citou o setor de eventos como exemplo. “Nos eventos, por exemplo, a agenda de sustentabilidade vem ganhando cada vez mais protagonismo, levantando várias questões, como desperdício de alimentos, entre outros. Trata-se de orientar os clientes e desenvolver objetivos que se enquadrem dentro dessa perspectiva mais sustentável”, reforçou o executivo.
Ana Paula lembrou que nem sempre os líderes estão dispostos a assumir riscos nesse novo cenário. “Portanto, precisamos compartilhar conhecimento para atravessar esse período de transição”, afirmou.
Em seguida, Cleila reforçou a importância da rastreabilidade da cadeia de fornecedores nos eventos para comprovar a legitimidade das ações ESG. “Se não tivermos apoiadores de projetos que nascem pequenos, essa mudança não será viável. É preciso rever a cultura neste sentido”, disse.
Greenwashing e eventos
O greenwashing, outro desafio do setor, também entrou na pauta. “Com os relatórios, que serão obrigatórios a partir do ano que vem, esses casos de greenwashing irão diminuir consideravelmente. Sustentabilidade, diversidade, inclusão… tudo isso é ESG, e nem sempre as empresas abordam todas essas frentes”, respondeu Cleila.
Gabriela acrescentou que a tecnologia é uma aliada no combate ao problema. “Com ferramentas diversas, com IA, é possível fazer diagnósticos precisos sobre emissões de carbono, entre outros pontos, e a partir disso desenvolver iniciativas e soluções”, comentou.
Batista ressaltou que os projetos ESG precisam se apoiar em rastreabilidade e transparência. “Se não tem métrica, não tem iniciativa. Às vezes, os projetos de grande porte não são totalmente viáveis. Então o mais indicado é começar aos poucos, e comunicar com detalhes o que está sendo feito”, analisou.
Nesse contexto, Spiess lembrou que os selos de sustentabilidade devem ser respeitados em toda a cadeia, especialmente nas áreas de compras. “Não adianta a empresa ter uma certificação ESG, se isso não é respeitado à risca. É uma responsabilidade compartilhada, que vai levar a mudanças consideráveis”, finalizou.
(*) Crédito das fotos: Lucas Barbosa/Hotelier News

















