Semânticas à parte, você sabe qual a diferença entre funcionário, colaborador e executivo? Presumo que todos saibam (sabemos mesmo?) distinguir, ainda que a resposta possa ser ampla e confusa. Há muita informação na internet que explica com variações mais ou menos claras a diferença. No final das contas é a mesma coisa: alguém que contratamos para um trabalho, exercer uma função.

Empregado sempre me deu uma visão de estabilidade e vínculo pesado, é só uma impressão, mas parece que as pessoas buscam um emprego e não um trabalho ou projeto para desenvolver. Talvez seja por isso que alguns dizem que chamar de colaborador dá mais sentido ao trabalho em si, alguém que colabora com algo que seja maior que ele, quer seja no coletivo da empresa ou no coletivo social em última instância e geralmente mais esquecido.

Eu, particularmente, quando ouvi a primeira vez o termo colaborador me soou interessante, mas ao mesmo tempo me passou a impressão de que é alguém que colabora, mas não executa. Conheci na minha carreira muitas pessoas que colaboraram muito, mas muito mal, aliás se superaram nisso levando algumas empresas a sérios problemas em razão daquela “colaboração”.

Para adicionar mais pimenta no molho de recursos humanos, agregamos à essa reflexão o termo executivo ou executiva. Ai sim, me parece que fica um pouco mais clara a posição, ou seja: aquele ou aquela que executa. Rotineiramente também associado ao nível gerencial, o termo executivo é incensado com a fleuma de suposta agilidade, sucesso, destaque, poder e, finalmente, de melhor remuneração.

Tivemos na história política e empresarial da humanidade vários executivos que mudaram o cenário mundial, tanto para o bem como para o mal, mas em geral no mundo corporativo e empresarial o termo executivo é atribuído a quem tem responsabilidade e coloca em prática – executa, portanto, – aquilo para o qual foi contratado e que é efetivo, não somente colabora, mas executa e, finalmente, funciona.

Ainda que você ache que não faz grande diferença a terminologia usada, já que ao final todos trabalham para uma determinada empresa, o termo se alinha muito mais com o tipo de vínculo que temos com as instituições ou corporações. Me explico: ficou meio que convencionado que os termos empregado, colaborador ou funcionário estão associados a alguém que tem um vínculo trabalhista formal, o chamado e famigerado “registro em carteira”, do outro lado o termo executivo não necessariamente tenha um vínculo “trabalhista”, ainda em que pese ter um contrato de trabalho através de prestação de serviços e, muitas vezes, mais produtivo que os empregados, funcionários ou colaboradores. Com o passar do tempo e com o enfrentamento das dificuldades que passamos neste momento (este artigo foi escrito em dezembro de 2020), aprendemos uma coisa claramente: ou você funciona ou está fora do jogo! Não importa o nome que se dê para o seu trabalho. Colaborando ou empregando seus esforços, executando a tarefa – não importa – você tem que funcionar e bem.

Todos seremos convidados especiais para o banquete das consequências, elas podem ser positivas ou negativas. Você decide!

Ronaldo Albertino está há 38 anos na indústria hoteleira, atualmente é diretor da HotelCare, com atuação em desenvolvimento hoteleiros e relacionamento com investidores. Participou no desenvolvimento, implantação e pré-operação de mais de 30 projetos hoteleiros no Brasil e exterior. Ex-professor de graduação e pós no SENAC CEATEL, com cursos de especialização na ISAE/FGV. Especialista em criação, desenvolvimento, implantação e operação de marcas hoteleiras.

(*) Crédito da foto: divulgação/Ronaldo Albertino