O setor de serviços no Brasil registrou crescimento de 1,0% em setembro de 2024, alcançando um novo patamar recorde em sua série histórica, 0,6% acima do antigo ponto máximo, observado em julho de 2024. Com isso, o volume total de serviços está 16,4% acima do nível pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020, aponta o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Rodrigo Lobo, gerente da Pesquisa Mensal de Serviços do Instituto, destaca que, em setembro, diversos segmentos contribuíram para a expansão do setor, como Engenharia, Produção de Festivais Musicais, Transporte Dutoviário, e Editoras de Livros com impressão integrada. “Por outro lado, áreas como Tecnologia da Informação, Agenciamento de Publicidade Digital; Intermediação por Plataformas de E-commerce e Gestão de Programas de Fidelidade mostram crescimento contínuo de receita. A economia pode potencializar o desempenho, mas o avanço do setor é impulsionado por múltiplos fatores”, reforça.

Em setembro de 2024, houve predominância de resultados positivos tanto por setores, quanto regionalmente, com quatro das cinco atividades e 16 das 27 unidades da federação registrando crescimento em relação ao mês anterior. O segmento de Serviços Profissionais, Administrativos e Complementares (1,4%) foi a principal influência positiva no mês.

Outras áreas em alta incluem Informação e Comunicação (1,0%); Transportes (0,7%); e Serviços Prestados às Famílias (0,4%). O único recuo foi observado em Outros Serviços (-0,3%). No cenário regional, São Paulo (1,0%) e Rio de Janeiro (2,6%) lideraram os avanços no setor de serviços.

Lobo observa que as empresas de inovação e alta receita, com sede em São Paulo, destacam-se em áreas como Tecnologia da Informação; Publicidade Digital; E-commerce e Gestão de Programas de Fidelidade. No Rio de Janeiro, o destaque de setembro foi um festival musical de grande porte realizado na capital.

Outros dados

Na comparação com setembro de 2023, sem ajuste sazonal, o setor de serviços avançou 4,0%, marcando o sexto crescimento consecutivo nessa comparação. O acumulado no ano ficou em 2,9% em relação ao mesmo período de 2023, enquanto o acumulado em 12 meses alcançou 2,3%, a maior taxa desde abril de 2024 (2,5%).

Também na comparação anual, houve expansão disseminada por setor e região, com incremento em quatro das cinco atividades e em 19 das 27 unidades da federação. O índice de difusão de setembro de 2024 chegou a 60,2%, com taxas positivas em 100 dos 166 tipos de serviços analisados.

O levantamento mostra que o índice de atividades turísticas aumentou 0,5% em setembro, em comparação com agosto, posicionando o setor 8,1% acima do nível de fevereiro de 2020 e apenas 0,2% abaixo do ponto mais alto da série, registrado em fevereiro de 2014.

O turismo, um dos principais pilares do setor de serviços, registrou alta de 0,5% frente ao mês anterior. As atividades turísticas avançaram em seis dos 17 locais pesquisados, com o Rio de Janeiro (14,9%) como destaque, impulsionado por um evento musical de grande repercussão. Em contraste, as principais quedas ocorreram em São Paulo (-1,0%) e Bahia (-4,9%), seguidos por Goiás (-4,9%) e Santa Catarina (-3,1%).

Em relação a setembro de 2023, o volume de atividades turísticas no país subiu 2,2%, marcando o quarto avanço consecutivo. Esse crescimento foi impulsionado pelo aumento nas receitas de restaurantes, eventos culturais, agências de viagens, transporte aéreo e serviços de reservas.

Das 17 unidades da federação analisadas, nove apresentaram crescimento em serviços turísticos, com destaque para Rio de Janeiro (9,5%), Minas Gerais (6,0%), São Paulo (1,4%), Paraná (5,7%) e Ceará (10,1%). Os principais recuos vieram do Rio Grande do Sul (-15,8%) e Mato Grosso (-20,0%).

Neste cenário, a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), destaca que o setor acumula crescimento de 2,6% nos últimos 12 meses. “Os serviços, entre eles o turismo, reforça seu papel como impulsionador do crescimento econômico e catalisador para o desenvolvimento social e geração de empregos”, afirma José Roberto Tadros, presidente da entidade.

Para a próxima alta temporada, o setor estima alcançar faturamento de R$ 157,7 bilhões. Se confirmada, a cifra representará avanço de 1,7% na comparação com a temporada passada e será o maior valor dos últimos 11 anos.

Destaques

Em setembro, o volume de transporte de passageiros subiu 2,1% em comparação com agosto, ajustado sazonalmente, posicionando o segmento 0,7% acima do nível de fevereiro de 2020. Contudo, o setor ainda se encontra 22,1% abaixo do auge histórico de fevereiro de 2014.

O transporte de cargas também cresceu, registrando alta de 0,4% em setembro. Este segmento está 7,2% abaixo do pico registrado em julho de 2023, mas 33,2% acima de fevereiro de 2020. Na comparação com setembro de 2023, o transporte de passageiros cresceu 3,7%, enquanto o transporte de cargas teve uma queda de 4,2%, a quinta consecutiva nesta base de comparação.

(*) Crédito da foto: Pixabay