Serviços - resultado trimestreAtividade de informação e comunicação influenciou resultado 

Pressionado pelo mau desempenho da atividade de informação e comunicação, o setor de serviços fechou em queda o primeiro trimestre. De janeiro a março, o segmento teve contração de 0,6% frente aos três meses anteriores. Fevereiro já tivera performance negativa e, com issol, termina uma sequência de dois trimestres no azul, apontam dados divulgados hoje (14) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
 
O desempenho no trimestre foi influenciado pelo resultado ruim de março, quando o indicador recuou 0,7% em relação ao mês anterior. Trata-se do pior resultado para o mês desde 2017, quando a contração foi de 3,2%. Já frente a março de 2018, houve queda de 2,3%, a mais forte desde maio de 2018 (-3,8%). Em consulta feita com economistas, a Reuters previa redução de e 0,1% na comparação mensal e de 0,8% na base anual.
 
O setor de serviços, do qual se insere o turismo e a hotelaria, vem tendo dificuldades em apresentar recuperação contínua em um ambiente de desemprego elevado. Mais ainda, demostrar acompanhar os resultados fracos já vistos em outros segmentos, casos da indústria. “Por trás disso tudo tem uma economia lenta, com deterioração nas expectativas de empresários e com projeções cada vez menores para o PIB”, diz Rodrigo Lobo, do IBGE.

“O poder público está sem fôlego para investir e o setor privado não está compensando e preenchendo essa lacuna. A nova aposta para uma abertura de portas aos investimentos e para a atividade econômica é a aprovação da Reforma da Previdência, mas quem garante que isso vai realmente acontecer?”, completou Lobo.

Serviços e atividades

O IBGE informou que, em março, três das cinco atividades apresentaram quedas. Destaque negativo para o recuo de 1,7% no segmento de serviços de informação e comunicação. Já volume de serviços profissionais, administrativos e complementares caiu 0,1% e o de outros serviços contraiu 0,2%.
 
Na outra ponta, serviços prestados às famílias aumentaram 1,4%, enquanto transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio tiveram ganhos de 0,5%. Entretanto, o transporte terrestre teve queda de 1,9% no mês, também pesando sobre o resultado. “Telecomunicações é uma devolução de altas do fim do ano passado e, no caso dos transportes, é reflexo de uma economia lenta e com baixo dinamismo”, explicou Lobo.

(*) Crédito da capa: kaicho20/Pixabay

(**) Crédito da foto: Gabriel Teixeira/O Globo​