setor de serviços - junhoPara recuperar o patamar de fevereiro, seria necessário crescer 17%

Após quatro meses de queda, o volume do setor de serviços voltou a subir. Mesmo com a alta de 5,0% frente a maio, os níveis ainda estão distantes de alcançar o patamar pré-pandemia, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados hoje (12). As informações são da Reuters.

O resultado fica longe de recuperar as perdas acumuladas de 19,5% dos quatro meses anteriores.Com isso, o segundo trimestre terminou com queda de 15,4% sobre os três meses anteriores. Nos três primeiros meses do ano as perdas foram de 3%.Destacando ainda mais os impactos das medidas de isolamento sobre um dos principais setores da atividade econômica, o volume de serviços apresentou recuo de 12,1% em relação ao mesmo mês do ano passado, quarta taxa negativa.

Além disso, mesmo com o resultado mensal de junho sendo o segundo mais alto da série iniciada em janeiro de 2011, o volume de serviços ficou 14,5% abaixo do patamar registrado em fevereiro, último mês antes da implementação das medidas contra a Covid-19. “Diferente do comércio, em que a taxa já faz um V e recupera perdas da pandemia, serviços ainda mostram um distanciamento longo para voltar aos níveis de fevereiro”, destacou Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa. Segundo ele, para o setor de serviços recuperar o patamar de fevereiro, seria necessário registrar um crescimento de 17%.

Setor de serviços: turismo

Já  CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo) revisou de 5,9% para 5,7% a previsão de retração no volume de receitas do setor em 2020. A estimativa foi feita de acordo com dados da PMS (Pesquisa Mensal de Serviços) divulgada pelo IBGE.

José Roberto Tadros, presidente da CNC destaca que, apesar de ter interrompido uma sequência de quatro retrações mensais consecutivas (com queda acumulada de 18,7%), os serviços não têm acompanhado o ritmo de recuperação de outros setores da economia, como indústria e comércio. “Ainda que tenha voltado a apresentar uma perspectiva de reação no médio prazo, há uma evolução mais lenta do nível de atividade dos serviços”.

Após resultado positivo em maio, as atividades turísticas medidas pela PMS apresentaram novo crescimento em junho, avançando 19,7%. O turismo, porém, segue como o setor que se encontra mais distante do nível de atividade verificado antes da pandemia (-59%).

A CNC calcula que, em cinco meses, o segmento de turismo perdeu R$ 153,84 bilhões, operando com 14% da sua capacidade de geração de receita. “Nossa projeção aponta um encolhimento de 32,1% no faturamento real do setor, neste ano, com perspectiva de volta ao nível pré-pandemia no terceiro trimestre de 2023”, explica o economista Fabio Bentes.

(*) Crédito da foto: Free-Photos/Unsplash