fecomerciospOrganização pesquisadora destaca importância dos números para o mercado

O turismo brasileiro deve registrar crescimento anual de 2% em 2018 em relação ao ano passado. O número é um apontamento do IAT (Índice de Atividade do Turismo), elaborado pela FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), que está sendo lançado hoje. 

O valor do IAT representa a soma das receitas operacionais das atividades características do turismo, com base em dados do IBGE e cálculos elaborados pela entidade. O início da série histórica é 2007, ano em que o montante das receitas auferidas pelo turismo foi transformado no número índice 100. Em 2017, o IAT marcou 156 pontos, o que representa um crescimento de 56% em relação ao início da série e uma evolução média anual de 4,5% nos 10 anos seguintes.

Segundo a assessoria econômica da Fecomercio paulista, o turismo brasileiro teve seu melhor ano em 2014, quando o indicativo marcava 170 pontos, com crescimento de 6,3% em relação a 2013. Em 2015 e 2016, o setor foi diretamente atingindo pela crise econômica registrando quedas anuais de 7,1% e de 5,1% nas receitas, respectivamente. Em julho de 2018, último resultado disponível, o turismo brasileiro cresceu 3,6% em relação ao mesmo período do ano passado.

A Federação ressalta que apesar de ter crescido 4,0% em 2017 e de se projetar um novo aumento de 2,0% para esse ano, o setor de turismo ainda não retornará aos patamares pré-crise. A se manter o ritmo de crescimento atual, de 2%, o IAT voltará a seu pico histórico apenas em 2022, registrando os mais de 170 pontos de 2014, estima a Entidade.

FecomercioSP ressalta importância dos dados

Segundo Mariana Aldrigui, presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP, o índice que deve ser confirmado no final do ano é digno de comemoração. "O Brasil é um dos poucos países de grande extensão territorial, diversidade e população a lançar um indicador como este. Economistas de todos os países têm buscado informações para medir o turismo em larga escala. Somente o Canadá, atualmente, tem algo comparável".

Mariana ressalta a importância dos índices que mensuram o impacto da atividade turística no Brasil. "Há muita confusão e equívocos nos números do turismo brasileiro. As diferenças entre as vocações econômicas de cada estado e região, a variação tributária e as distâncias determinam muito do que se pode chamar Economia do Turismo", aponta. "Os modelos internacionais não costumam funcionar aqui, sem adaptações. Estamos, na FecomercioSP, muito empenhados em interpretar as informações existentes de maneira a produzir melhores dados sobre as atividades do turismo, e o IAT é nosso primeiro resultado", complementa.

(*) Crédiot da foto: Rawpixel/Pixabay