setur-spTerminal Tietê registrou queda de 88% no número de passageiros na segunda (23)

Superar o mês de março de 2019, que contou com o movimento gerado pelo Carnaval, já era uma tarefa difícil. Com o avanço do coronavírus no estado de São Paulo, ficou praticamente impossível. Segundo levantamento realizado pela Setur-SP (Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo), a queda no fluxo de ônibus e passageiros despencou 90% no mesmo período deste ano.

O CIET (Centro de Inteligência e Economia do Turismo) avaliou o movimentos das três principais rodoviárias de São Paulo: Jabaquara, Barra Funda e Tietê. A partir do segundo decêndio, os efeitos da covid-19 começaram a ficar mais evidentes. O Terminal Jabaquara, o de menor movimento, que atende o litoral Sul, registrou nesta segunda-feira (23) queda de 77% no número partidas (ônibus saindo) e 91% no número de passageiros. Foram nove dias consecutivos de operação abaixo da observada no mesmo período de 2019, com o abismo só aumentando: de 43% menos passageiros no dia 15, para 93% menos no dia 22.

No Terminal Barra Funda, que atende as cidades do Oeste Paulista, a situação não é melhor e a queda contínua no número de passageiros começou um dia antes: menos 1% no dia 14, menos 84% ontem, com o pico negativo de 86% no domingo, 22. O total de partidas também vem diminuindo a cada dia, sendo que nesta segunda-feira (23) foram menos 73%, no dia mais negativo do ano.

No Terminal Tietê, toda a segunda quinzena de março está no vermelho. O movimento foi de menos 15% de partidas e menos 32% de passageiros no dia 15, para menos 76% de partidas e menos 88% de passageiros segunda-feira, dia 23. Seria o mesmo que um ônibus de 42 lugares sair com apenas cinco ocupados. Essa queda é mais sintomática no Tietê, já que do terminal partem os ônibus para as viagens mais distantes, como as cidades do Sul, do Nordeste, e até internacionais, como para Santiago do Chile.

“O mesmo fenômeno que começa a ser verificado nos aeroportos já está acontecendo de forma ainda mais rápida nos terminais rodoviários, por serem viagens que não são compradas ou programadas com tanta antecedência”, lembra Vinicius Lummetz, secretário de Turismo do Estado. “Nos aeroportos, a queda acontece, porém, de forma mais lenta, já que muita gente simplesmente ainda precisa pegar avião”.

Setur-SP: setor aéreo

No ar, as coisas não são diferentes. Ao mesmo tempo que a demanda pelo transporte rodoviário caiu drasticamente, a Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) anunciou redução de 50% na procura por voos domésticos frente a março do ano passado. Já para trajetos internacionais, a queda foi de 85%.

(*) Crédito da foto: Márcio Diniz/Catraca Livre