domingo, 20/julho
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Sheraton Recife busca comprador após cinco anos fechado

Cinco anos após fechar as portas, o antigo Sheraton Recife voltou ao radar do mercado. O Novo Banco, de Portugal — atual proprietário do imóvel — contratou a consultoria CBRE para intermediar a venda do ativo, com 300 quartos e 30 mil metros quadrados (m²) de área construída, aponta o Metro Quadrado.

O hotel, inaugurado em 2014 com investimento de R$ 230 milhões pela Promovalor, empresa do empresário português Luís Filipe Vieira (ex-presidente do Benfica), funcionou por cerca de seis anos com taxas modestas de ocupação, em torno de 30%, e acabou encerrando a operação em 2020, no início da pandemia, após a saída da bandeira Sheraton. Desde então, permanece fechado, embora em bom estado de conservação.

“O hotel está em boas condições e poderia voltar a operar em até 90 dias”, afirma Paulo Mancio, diretor de Hospitalidade da CBRE no Brasil. A expectativa é aproveitar o novo apetite do mercado por ativos hoteleiros, especialmente em capitais, e atrair investidores nacionais e estrangeiros. Segundo ele, já há interessados em conhecer o empreendimento.

Histórico

Apesar da estrutura robusta, incluindo 10 salas de eventos que atraíam congressos médicos, o hotel sempre enfrentou críticas por estar em uma área distante do centro e sem acesso direto à praia, o que reduzia o apelo tanto para o lazer quanto para o corporativo. A tentativa de reposicionar a operação com a bandeira Meliá, em 2022, não avançou por falta de aporte adicional do proprietário.

A localização, porém, pode voltar a ser trunfo. A Reserva do Paiva passou por um período de estagnação após a crise de 2016, mas voltou a atrair atenção com o avanço de projetos residenciais. Além da venda tradicional, a CBRE avalia a possibilidade de conversão parcial ou total do antigo Sheraton Recife para uso residencial, com inclusão de novos serviços e comodidades. A ideia é tornar o ativo mais flexível e atrativo em um mercado que hoje valoriza multifuncionalidade e adaptação.

A estimativa de manutenção anual gira em torno de R$ 300 mil, apenas com IPTU. O prédio é atualmente mantido por um pequeno time da Promovalor, e conta com estrutura básica preservada.

A reativação do hotel pode marcar um novo ciclo para o setor na região. No ano passado, por exemplo, foi inaugurado um Novotel no Recife, parte de um complexo de R$ 280 milhões que inclui centro de eventos. Com ocupação de 60%, o empreendimento mostra o potencial da cidade para receber turistas de lazer e negócios.

Com avaliação mais realista e sinalização de retomada no setor hoteleiro, o antigo Sheraton Recife busca agora um novo capítulo — de preferência com um investidor disposto a tirar do papel o potencial ainda inexplorado do equipamento.

(*) Crédito da foto: Divulgação