SindusCon-SP- 2019Calfat: cidades com super oferta de hotéis sentirão mais o impacto

Como era previsto, o PIB (Produto Interno Bruto) da construção civil voltou a dar sinais de vida. Em dezembro do ano passado, a SindusCon-SP (Sindicato da Construção) anteviu um aumento de 2% – número que não se concretizou – mas chegou perto. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o indicador subiu 1,6% em 2019 na comparação anual com 2018 – primeira alta em cinco anos.

Com o resultado, o setor foi um dos responsáveis por “puxar” para cima o PIB nacional, que encerrou o período com aquecimento de 1,1% – pior avanço dos últimos três anos. Na comparação com o terceiro trimestre, o PIB da construção caiu 2,5% nos últimos três meses de 2019. Em relação ao quarto trimestre de 2018, houve crescimento de 1%.

Para Eduardo Zaidan, vice-presidente de Economia da SindusCon-SP, mesmo com a alta, o indicador ficou abaixo das expectativas. “Os esperados investimentos em infraestrutura não se concretizaram, resultando em um volume de obras reduzido; as contratações do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida refluíram por conta da redução dos recursos do governo; e registraram-se poucas novas obras imobiliárias, à exceção de São Paulo e algumas outras capitais.

SindusCon-SP: mercado imobiliário

Segundo divulgado pelo IBGE, o PIB de Atividades Imobiliárias cresceu 2,3% no ano passado frente a 2018. No quarto trimestre, o segmento teve aumentos de 0,3%, na comparação com o trimestre anterior, e de 1,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Já a taxa de investimento em 2019 foi de 15,4% do PIB, apenas ligeiramente acima da registrada em 2018 (15,2%). “O nível de investimento ainda seguiu muito baixo, o que reforça a necessidade de novas reformas econômicas, mais concessões, parcerias público-privadas e privatizações, estímulos à vinda de capitais externos e maior facilidade para realização de negócios no país”, comenta Zaidan.

Como é sabido, o setor hoteleiro e imobiliário estão intimamente conectados. Para entender como o aquecimento do mercado afeta os empreendimentos de hospedagem, o Hotelier News conversou com Caio Calfat, presidente da Adit Brasil (Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil).

“É cedo para dizer como a hotelaria vai reagir. É provável até que o setor não seja afetado, pois o mercado está aquecendo. A diminuição de juros pode ser um contraponto, pois vai refletir no custo final dos empreendimentos. Ao mesmo tempo, temos a melhora da performance dos hotéis. Em cidades como Rio de Janeiro, Manaus e Belo Horizonte, que sofrem com a super oferta, com certeza o impacto será maior”.

(*) Crédito da capa: MichaelGaida/Pixabay

(**) Crédito da foto: Arquivo HN