Cordeiro acredita que mercado terá dois a três meses de fôlego no caixa

A exemplo de outras redes, a Slaviero Hotéis anunciou, na sexta-feira (20), o fechamento de 17 unidades por pelo menos 30 dias. Com 30 hotéis em operação no país, a cadeia hoteleira paranaense deve manter apenas 10% de suas propriedades em funcionamento. Os demais empreendimentos terão operações paralisadas até domingo (29). A medida atende às recomendações da OMS (Organização Mundial de Saúde) e das diferentes instâncias governamentais para combate ao Covid-19. A iniciativa visa reduzir também as perdas em função da drástica queda de ocupação na hotelaria nacional.

Em contato com o Hotelier News, Cincinato Lui Cordeiro, diretor de Vendas e Marketing da Slaviero, destacou a preocupação da empresa com bem-estar dos colaboradores e clientes, mas ressaltou os efeitos negativos do coronavírus nos negócios. “Situação muito complicada. Parou a máquina, a economia paralisou. Está preocupante para tudo, seja para os negócios, como para a saúde de clientes e funcionários. Toda equipe corporativa já está trabalhando no modelo de home office”, comenta.

“Manteremos abertas apenas unidades que recebem tripulação ou as que possuem moradores. Nestes condo-hotéis, contudo, vamos reduzir a atividade hoteleira e o quadro de pessoal, mantendo a estrutura básica para atender ao morador, com redução de serviços inclusive”, revela Cordeiro. “A economia praticamente parou. Daqui a pouco, a hotelaria não terá mais capital de giro, até por ser um segmento com margens apertadas. Acredito que o setor terá fôlego para uns dois ou três meses”, acrescenta.

Slaviero Hotéis: expectativa

O coronavírus breca um ano que parecia ser extremamente positivo para a rede paranaense. De fato, a empresa tinha altas expectativas para 2020 com abertura de unidades, aumento de receita e lançamento do projeto de franquias. Segundo Cordeiro, a Slaviero agora aguarda as medidas que serão tomadas pelo governo para preservar a economia.

“Uma MP (Medida Provisória) permitindo suspensão temporária de trabalho, assim como uma folga nas questões de diferimento de imposto, seria de extrema importância, permitindo-nos aliviar o caixa”, explica Cordeiro. “Mais ainda, isso também nos possibilitaria ter o caixa em melhores condições para quando essa onda passar”, completa.

O executivo reconhece também que a volta aos patamares do final de 2019 e início de 2020, que estavam bons, vai demorar. “Acreditamos que devemos levar de seis meses a um ano para retomar esse patamar. Além disso, quando essa crise passar, prevemos no começo ocupação e preços quase 50% menores”, finaliza.

(*) Crédito da capa: Peter Kutuchian/Hotelier News

(**) Crédito da foto: Arquivo HN