STR - resultados março2020_internaEm São Paulo, níveis de ocupação cederam 48,16% em março

Março foi o ponto inicial de uma crise sem precedentes da hotelaria global. Entretanto, para vários mercados fora da China, que a essa altura dava sinais de retomada lentos, o mês não mostra o real impacto do coronavírus no setor, caso das Américas do Sul e Central. De fato, dados divulgados pela STR trazem um retrato ruim, mas incompleto, dos estragos, que ficarão mais claros com os números de abril. Ainda assim, o Covid-19 derrubou dois do três principais indicadores do setor – muito embora diária média tenha cedido pouco.

Brasil e Colômbia, por exemplo, apresentaram quedas expressivas de ocupação, o que obviamente se refletiu no RevPar. Ainda em meio ao choque de tudo que aconteceu, as diárias médias apresentaram “leve” baixa na maioria dos países, incluindo os dois citados. Ainda assim, como na avaliação do FOHB (Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil), é abril que vai trazer um retrato mais fidedigno do que ocorreu nos últimos tempos.

No geral, em março, as Américas do Sul e Central tiveram queda de 48% na ocupação frente igual período de 2019, a 31%. A baixa no indicador afetou fortemente o RevPar da região, que cedeu 51,2% (US$ 26,56), na mesma base de comparação. Isso porque a diária média recuou “apenas” 6,1%, fechando o mês a US$ 85,61. Para os dois primeiros índices, segundo a STR, os níveis absolutos são mais baixos da  histórica da empresa.

STR: Brasil e Colômbia 

Em termos de ocupação, o mercado brasileiro refletiu exatamente o que foi dito na última frase do parágrafo anterior: nível absoluto mais baixo de toda série histórica da STR. Em praças centrais, como Rio de Janeiro e São Paulo, o indicador caiu 46,2% and 46,9%, respetivamente, frente a março de 2019. Na média do país, houve queda nos três índices: enquanto ocupação cedeu 43% (para 32,4%), diária média e RevPar recuaram 9,9% (para R$ 294,19) e 48,16% (para R$ 95,43), respetivamente.

Como mostramos em nosso webinar, a queda principal se apresenta após o anúncio da OMS (Organização Mundial de Saúde). No caso do Brasil, o impacto do carnaval ainda ajuda a controlar a queda do mês”, afirma Patricia Boo, Area Director da STR para América Latina. “Abril mostrará o impacto dos fechamentos, porém se esperam quedas mais alinhadas com as últimas semanas de março”, completa.

Na Colômbia, como mostrado em matéria anterior, o quadro também foi parecido. A média de ocupação do país, segundo a STR, também é a mais baixa de toda série histórica da empresa. Em Bogotá, a queda medida foi de quase 50% (48,9%). No mercado colombiano como um todo, foram registradas as seguintes métricas: a ocupação caiu 49,6%(para 30,5%), diária média recuou 0,7% (para 272.820 pesos) e RevPar teve variação negativa de 50% (para 83.252 pesos).

(*) Crédito da capa: Raphael Nogueira/Unsplash

(**) Crédito da foto: Antonino Visalli/Unslash