O Four Seasons Hotel des Bergues, em Genebra, na Suíça
(foto: Pixabay/Luisfpizarro)

A questão OTA versus canais diretos não é motivo de debate somente no Brasil ou países vizinhos. O dilema já ultrapassou fronteiras e, de modo semelhante, impacta a economia e o desempenho hoteleiro em diferentes mercados e realidades. É o que Erin Nemeth explica neste artigo para o site 4Hoteliersreproduzido aqui na íntegra.

É oficial: a Suíça juntou-se à batalha das reservas diretas. E essa luta não conta apenas com hoteleiros em suas fileiras, mas também com dois dos mais importantes partidos políticos do país. 

O Pirmin Bischof (Partido Popular Democrático Cristão) e o Silva Semandeni (Partido Social Democrata) tomaram para si as dores dos hoteleiros, avançando no posicionamento contra as plataformas globais "excessivamente poderosas na internet" – especificamente, aquelas que impõem comissões incrivelmente altas e contratos restritivos.
Enquanto o Pirmin Bischof combate o que chama de "contratos de enforcamento das OTA´s", o Silva Semandeni levanta a bandeira das "OTA´s nacionais sem comissão". 

Na Suíça, 57% das reservas de hotéis são diretas. No entanto, das reservas oriundas de OTA´s, 70% vêm de uma empresa específica: a Booking.com. Fatores como a comissão de 15% e contratos restritivos são as principais razões da frustração dos hoteleiros. Mas, quão restritivos são esses contratos? Segundo Stefan Eiselin, do Der-Bund, o maior número de queixas está na cláusula que proíbe os hotéis de oferecem descontos em seus próprios canais diretos. Isso mesmo: hotéis não podem oferecer incentivos dentro de seus próprios canais diretos.

Há dois anos, o Swiss Travel Centre abriu o Swisshotels.com, seu próprio portal de reservas, criado para competir com gigantes como Booking.com e Expedia. No ano passado, porém, o site suíço recebeu apenas 38.759 reservas – representando apenas 1,5% de participação no mercado.

Mesmo com um sistema razoável, comissão de 10% e ofertas de pacotes semelhantes ao da concorrência, o Swisshotels declarou que ainda "luta contra um exército valendo-se apenas de palitos". Já a Booking.com atribui o seu desempenho a um orçamento de Marketing de US$ 3 bilhões por ano. Com tamanhas discrepâncias crescendo entre hoteleiros e intermediários no país, uma mudança acaba se tornando mais do que necessária.

Nesse sentido, tanto o Bischof quanto o Semandeni parecem concordar, dedicando esforços para a garantia de melhores preços para os hóspedes, tanto em sites de hotéis, quanto na diversidade crescente de canais de distribuição. Eu diria que é um bom começo, se você me perguntar.

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