temporal spAlagamento e trânsito na Ponte da Casa Verde, na zona Norte

As chuvas de verão seguem castigando a capital paulista e, consequentemente, a hotelaria local também sente o impacto. Assim como aconteceu há quase um ano, um temporal assolou a cidade nesta madrugada (10), causando grandes estragos e alagando diversos pontos de São Paulo. Entretanto, para o setor de hospedagens, esse tipo de acontecimento nem sempre é sinal de prejuízos. Alguns hotéis tiveram alta de 5% em ocupação devido ao atraso de voos e vias interditadas.

Na zona Norte, uma das mais afetadas, o Wyndham Garden Convention Nortel viu o indicador subir, porém a dificuldade de locomoção está impedindo que alguns hóspedes cheguem ao hotel. “Hoje está complicado. A Avenida Cruzeiro do Sul está alagada e alguns clientes que fizeram reservas ainda não conseguiram chegar”, afirma o recepcionista João Vitor Oliveira.

Na mesma região, o Ramada Encore Tiradentes garante que o mau tempo não afetou a rotina da unidade. De acordo com Estevão Azevedo, do setor de Reservas, o empreendimento trabalha com altas taxas de ocupação, cenário que se manteve estável após o temporal.

Nos arredores da Avenida Paulista, com grande concentração hoteleira e alta demanda corporativa, o atraso de voos elevou o indicador no Maksoud Plaza em até 5% com reservas de última hora. “Hóspedes chegaram solicitando diárias por não conseguirem chegar aos aeroportos ou por voos cancelados”, conta Ildo Hacker, colaborador do setor de Reservas.

Alexandre Ventura, gerente geral do The Universe Paulista by Intercity, informou que até o momento, o hotel teve apenas uma solicitação de cancelamento e um evento adiado. “Novas reservas ainda não tivemos, mas pode ser que aconteça, pois a previsão é de mais chuva em São Paulo”, diz.

Já na zona Sul, o impacto foi menos crítico. No Intercity Berrini, tudo segue normal. Segundo o departamento de reservas, tanto o final de semana, quanto hoje a ocupação da unidade não apresentou nenhum movimento atípico. No Estanplaza Berrini, o número de quartos ocupados cresceu, também motivado pela redução das operações nos aeroportos. 

Temporal: cenário caótico

Entre a madrugada de ontem e manhã de hoje, fortes chuvas atingiram São Paulo, transbordando os rios Pinheiros e Tietê. Trechos das marginais ficaram intransitáveis, obrigando a prefeitura a suspender o rodízio municipal de veículos. A capital chegou a registrar 76 pontos de alagamentos, 140 desabamentos e queda de 120 árvores, segundo dados divulgados pelo G1. Apenas na Grande São Paulo, foram detectados 796 pontos de enchentes até às 13h30.

A Linha 9 da CPTM tem trechos de operações paralisadas e o metrô funciona normalmente. Os aeroportos de Guarulhos e Congonhas também operam de forma regular. 

De acordo com Marcos Penido, secretário estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente em entrevista ao Uol, num período de três horas choveu 50% do esperado para o mês de fevereiro. “O sistema funcionou até o limite, mas a chuva veio acima da capacidade. Temos que cuidar das emergências para evitar danos maiores”.

(*) Crédito da capa: Divulgação/Maksoud Plaza

(**) Crédito da foto: Romerito Pontes/Futura Press