Há quase um ano, a Anserve experimentava uma expansão, chegando a 300 hotéis atendidos e apresentava lançamentos no mercado. Hoje, como outros fornecedores, a empresa de terceirização de frigobares busca se adaptar ao impacto provocado pela pandemia na hotelaria. À frente disso tudo está Adinei Botjuk, convidado de hoje (8) do Três perguntas para.

Formado em Administração de empresas e natural de Erechim (RS), Botjuk comanda a Anserve há 18 anos. Antes disso, dedicou-se duas décadas ao mercado bancário, mais especificamente à Caixa Econômica Federal. Hoje, aos 58 anos, gosta de aproveitar o tempo livre para viajar com a família.

Pai de um filho e casado, Botjuk analisa o cenário trazido pelo coronavírus neste bate-papo com a reportagem do Hotelier News. Além disso, fala sobre planos futuros para Anserve e comenta também os aprendizados deixados pela pandemia.

Três perguntas para: Adinei Botjuk

Hotelier News: Como a empresa se adapta à pandemia? Quais serviços se mantêm relevantes e quais tiveram que ser repensados para o “novo normal”?

Adinei Botjuk: Alteraria a pergunta para: quais os impactos da pandemia? A Anserve se adaptou para atender a seus parceiros da forma mais segura possível. Implantamos um rigoroso manual de higiene, no qual deixamos o frigobar completo, higienizado com lacre na geladeira e os produtos fora dela, embalados e lacrados individualmente. Atendemos a todos as medidas determinadas pelos órgãos de segurança e adotados pelo hotel. Entre eles, podem-se citar procedimentos quanto à higiene, limpeza e desinfecção dos produtos oferecidos. Além disso, fornecemos a nossos colaboradores e parceiros EPI completo e materiais que venham a ser necessários para a segurança e bom andamento dos serviços.

Com a restrição da operação de restaurantes devido à pandemia, redução da quantidade de hóspedes e inviabilidade financeira de atendimento via room service, o frigobar devidamente abastecido ou disponibilizado está sendo um diferencial imprescindível para o hotel. Considerando o momento atual e buscando novas possibilidades de negócios, a Anserve vem buscando novos tipos de negócios para melhor atender aos nossos clientes. Uma delas é a mini loja de conveniência que pode ser instalada em local próximo à recepção na modalidade de auto serviço. Com isso, além dos itens do frigobar, é possível oferecer lanches e comidas congeladas, tanto para os hóspedes, como para funcionários do hotel, suprindo o atendimento do restaurante e, principalmente, do room service, com preços acessíveis e composição variada de opções de acordo com a demanda.

HN: Uma das consequências da pandemia é um consumidor cada vez mais desconfiado. A Anserve trabalha diretamente com A&B (Alimentos & bebidas), então como assegurar ao cliente a segurança?

AB: Diante do atual cenário, estamos preocupados em oferecer o serviço da melhor forma possível. E, como trabalhamos com alimentos não perecíveis, criamos um protocolo tanto para forma de disponibilizar os produtos, como para a maneira de fazer a reposição nos apartamentos. Higienizamos todos os produtos colocados nas geladeiras e os snacks lacrados individualmente. Portanto, oferecemos todos os itens livres de qualquer risco, mostrando e informando as medidas tomadas para o consumo. Existe ainda uma grande insegurança pelos hóspedes e também pelos hotéis, mas o serviço deve ser continuado com toda a segurança necessária.

HN: No ano passado, a marca passava por uma expansão, atendendo a 300 hotéis. Como foi o ano de 2020? Quais as perspectivas para o próximo ano?

AB: Como foi enfatizado na pergunta, 2019 foi um dos melhores em termos econômicos da empresa. Com mais de 600 colaboradores, fomos obrigados a demitir mais de 70%. Atendíamos a mais de 300 hotéis, com aproximadamente 44 mil frigobares abastecidos com nossos produtos. Tivemos que vender esses produtos a preço de custo, com uma perda estimada em mais de 70% dos mesmos devido ao prazo validade. Nosso faturamento foi reduzido a 20% com o fechamento momentâneo dos hotéis, sendo que alguns fecharam em definitivo. Além disso, os hotéis que retomam operações estão voltando com capacidade reduzida. Diante disso, estamos dando 2020 como perdido em termos econômicos. O que se leva é o aprendizado para o futuro. Acreditamos que até que seja encontrada uma vacina trabalharemos com extrema dificuldade, mas esperançosos que dias melhores virão.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Anserve