sexta-feira, 5/setembro
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Três perguntas para: Aline Ferreira

A entrevistada de hoje (29) no Três perguntas para é cristã, natural de Curitiba, casada e mãe do Arthur, de 19 anos. Aline Ferreira, gestora de Compras Corporativas da Bourbon Hospitalidade, aprecia os momentos em família. Para ela, o marido e o filho são o estímulo para buscar ser sempre sua melhor versão.

A profissional é formada em Administração de Empresas e Gestão de Negócios pelas Faculdades Integradas Santa Cruz, possui especialização em Logística Empresarial pelo FAE Centro Universitário, em Governança pela Faculdade UniBF, além de possuir MBA em Gerenciamento de Projetos pela Uninter.

Atuando há mais de 20 anos na área de Compras, trabalha na Bourbon há quase dois anos. Em março, Aline foi vencedora do Prêmio VIHP (Very Important Hotel Professional) na categoria Gerência de Compras e hoje fala ao Hotelier News sobre os desafios enfrentados pela rede, ESG, entre outros pontos importantes. Confira!

Três perguntas para: Aline Ferreira

Hotelier News: Quais são os principais desafios enfrentados pela gerência de Compras na indústria hoteleira hoje e como a rede Bourbon tem trabalhado essas frentes?

Aline Ferreira: O maior desafio é conseguir trazer uma experiência ao hóspede, agregar valor aos clientes de forma que ele perceba nossos diferenciais e esteja disposto a nos escolher e investir em qualidade, sem deixar de equilibrar os custos e potencializar os ganhos.

Neste cenário, a área de compras passa por diversas etapas em que é necessário alinhar expectativas dos usuários e disponibilidade de recursos, que devem ser aplicados com sabedoria, utilizando a área de aquisições não apenas como executores, mas sim como um departamento estratégico. Neste sentido, a participação dos comitês multidisciplinares para as tomadas de decisões é de extrema importância, pois é nesse momento em que são tomadas decisões assertivas, evitando retrabalhos e otimizando recursos, sejam eles humanos ou financeiros.

HN: A sustentabilidade é um tema cada vez mais presente na realidade das empresas, como a gerência de Compras tem contribuído para reduzir os impactos ambientais da atividade hoteleira?

AF: O primeiro passo é estar inteirado do tema e buscar atualizações constantemente, nos âmbitos nacional e internacional. A partir disso, é preciso reconhecer que nosso papel não é realizar compras pautadas no preço, mas sim entender que outros fatores influenciaram a empresa, a sociedade e o ambiente.

Neste contexto, a relação custo x benefício vai além do recorte interno, despertando a consciência de que somos parte de algo maior. Por isso, a busca de alternativas sustentáveis assegura que o planeta é a nossa casa, desde a substituição de amenidades individuais para dispenser, redução de resíduos, utilização de embalagens sustentáveis, otimização de recursos humanos na operação devido à menor incidência de reposição, expressiva redução de custo, realmente vivenciando os princípios do ESG.

Além disso, temos adotado iniciativas como redução de uso de plástico, migrando para latas e Tetra Pak, aproveitamento de uniformes para auxiliar pessoas e entidades carentes, utilização de energia renovável, adoção de painéis solares para reduzir a dependência de combustíveis fósseis, redução de resíduos, programas de reciclagem e compostagem, minimizando o desperdício enviado aos aterros, economia de água, instalação de redutores de fluxo e sistemas de reuso de água para conservação, entre outras.

Entendo os desafios de vivenciar esta prática de forma responsável, mas também compreendo o propósito real de cada empresa quanto à sua responsabilidade social, ambiental e nas questões de governança, assegurando a continuidade do negócio de forma saudável.

HN: Em um ambiente de negócios cada vez mais competitivo, com as redes hoteleiras buscando tornar o mercado mais consolidado, como garantir a qualidade dos serviços sem que haja um impacto tão significativo nos custos operacionais?

AF: Desenvolvendo os fornecedores e estabelecendo uma relação de parceria, não no sentido tradicionalista da palavra, mas na verdade de sua essência. Não adianta pensar em apenas uma negociação, é necessário visar o relacionamento comercial entre as partes, independente das pessoas que estão conduzindo a negociação, pois assim é possível gerar segurança ao processo, consolidando e ampliando o negócio de forma estruturada.

Aliar o know how dos fornecedores às necessidades de forma antecipada nos projetos também é importante. Por esta via, a collab gera construções de conhecimento e direciona aplicações mais inteligentes, principalmente com desenvolvimento de produtos que atendam às abruptas mudanças do mercado. A utilização das novas tecnologias e consolidação de dados é fundamental para definir práticas estratégicas. Quanto mais rapidamente os dados forem disponibilizados, mais rápido os responsáveis estarão aptos a tomar as decisões e alterar rotas previamente estabelecidas a depender da conjuntura, tendo maiores possibilidades de mitigar ou evitar os impactos.

(*) Crédito da foto: Arquivo Pessoal