Antonio Dias - tres perguntasDias ocupa o cargo de diretor executivo desde 1997

Marca com grande expressão no mercado de eventos e corporativo, o Royal Palm Hotels & Resorts vem enfrentando a crise com transparência e comprometimento com clientes e colaboradores. Antonio Dias, diretor executivo do grupo, explica que reestruturações foram feitas para garantir a sobrevivência dos empreendimentos, mas sem deixar de honrar contratos e acordos firmados antes da crise.

Atualmente com todas as unidades operando, a rede retoma suas atividades com novos produtos, como o programa Viva Royal, com foco em long stay e desenvolvido para atender às necessidades dos hóspedes diante do novo cenário. “ Acreditamos muito no potencial do produto, totalmente alinhado ao chamado novo norma”, afirma. 

Formado em Administração de Empresas pela EAESP – FGV (Escola de Administração de Empresas de São Paulo Fundação Getúlio Vargas), com mestrado em Administração de Empresas pela mesma instituição, Dias finalizou os estudos na Cranfield University (Inglaterra). Em 2006 realizou uma pós-graduação no INSEAD (França).

Em sua carreira, foi presidente fundador do Campinas Convention & Visitors Bureau por cinco anos.  É  membro do conselho da Resorts Brasil (Associação Brasileira de Resorts), vice-presidente da ABIH-SP (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de São Paulo) e diretor executivo do Royal Palm Hotels & Resorts desde 1997.

Três perguntas para: Antonio Dias

Hotelier News: Como a Royal Palm Hotels & Resorts está se preparando para a retomada? Qual a situação atual dos empreendimentos? Foram fechados?

Antonio Dias: Em março, fechamos todos nossos empreendimentos, menos o Royal Palm Tower – Carlos Gomes. Por ser o menor hotel do grupo, elegemos como unidade para atender os contratos da companhias aéreas durante a quarentena, honrando os acordos que tínhamos com essas empresas e garantindo os serviços essenciais. Temos orgulho em dizer que não deixamos nossos clientes (as companhias aéreas) na mão e garantimos essas estadas fundamentais. Em junho, reabrimos todos os hotéis. O único empreendimento que continua fechado é o Centro de Convenções Royal Palm Hall, com expectativa de abertura em outubro.

A hotelaria é o setor mais afetado pela pandemia, em especial o mercado de eventos. Durante toda essa crise, mantivemos conversas francas com os colaboradores. O tempo todo procuramos dar transparência sobre como seriam nossos futuros passos. Foi inevitável uma reestruturação de pessoas, mas conseguimos diminuir o volume de desligamentos com acordos coletivos que permitiram redução das jornadas de trabalho. Muito importante reconhecer como os profissionais que estão conosco foram conscientes do momento que estamos passando e como conseguimos achar um caminho que permitisse a viabilidade do grupo. Treinamos todos os funcionários sobre os novos protocolos antes da abertura, garantimos os EPIs (equipamentos de proteção individual) e estamos divulgando aos clientes esses protocolos. Atualmente, o único mercado com algum volume mais significativo é o mercado de lazer. Os setores de business travel e de eventos ainda estão parados e não temos dúvida que a retomada será longa e lenta. Estamos preparados para um segundo semestre bem difícil e somente 2021 com volumes mais parecidos com 2019.

HN: Recentemente, o Royal Palm Plaza anunciou o programa Viva Royal. Como está a aceitação do público em relação ao produto? Outras unidades também irão aderir ao serviço?

AD: A ideia do Viva Royal é oferecer uma alternativa para vivenciar o resort de forma mais longa e personalizada: completa flexibilidade de horários de alimentação, acompanhamento de nutricionista, local como homeschooling e home office. Fomos muito agressivos em valores, a única exigência é uma estada mais longa (mínimo de cinco pernoites). O programa acaba de ser lançado, mas já está tendo vendas. Temos já diversos clientes que compraram estadas de 15 dias. Acreditamos muito no potencial do produto, totalmente alinhado ao chamado novo normal. Os clientes que já estão conosco têm relatado uma experiência muito positiva, exatamente pela flexibilidade que demos para eles definirem sua programação durante a longa estada.

HN: O resort tem forte apelo no setor de eventos, porém o segmento ainda se encontra paralisado. Quais os planos de ação para a retomada? Como o empreendimento está contornando a falta de demanda?

AD: O setor de eventos será o último a retomar, não temos dúvida nisso. A MP 948 foi uma grande vitória do segmento. Muitos eventos foram para 2021 e temos sim diversas ações para outubro a dezembro deste ano. Estamos com o protocolo de 50% da capacidade das salas e muitos cuidados, como coffee-breaks todos embalados de forma individualizada. Acreditamos no mercado de eventos e temos convicção que a tendência de home office fortalece, e não o contrário, o setor, pois será ainda mais importante as empresas terem um momento de resgatar a identidade com seus funcionários. A falta de demanda foi contornada com a reestruturação e com os acordos coletivos para redução de jornada de trabalho, a única forma de conseguirmos passar por esse período.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Royal Palm Hotels & Resorts