CEO e fundador da Rede Kastel, Felipe Almeida acompanha hoje o movimento do turismo de lazer e faz suas apostas para 2021. Empreendedor com mais de 20 anos de experiência na hotelaria, se considera entusiasta da tecnologia e acredita que tudo é possível com criatividade e trabalho em equipe.

Com foco na expansão em destinos interioranos, o profissional acredita que o setor passará por uma revolução no período pós-pandemia. “a indústria deve passar por uma revolução. A necessidade de eficiência para manter a viabilidade das operações trará uma oferta de mais tecnologia e menos serviços para os hóspedes”, comenta.

Em seu tempo livre com a família, Felipe Almeida busca estar próximo ao mar. Durante o período em que morou em Búzios, descobriu os barcos a vela, sua segunda paixão, só superada por Aline, primeira namorada, esposa e sócia.

É apaixonado pelo Brasil e pela cultura nacional como o samba raiz não pode faltar na trilha sonora e considera um convite para uma feijoada algo irrecusável.

Três perguntas para: Felipe Almeida

Hotelier News: A pandemia trouxe diversas mudanças para o setor. O que é temporário e o que ficará mesmo com a vinda da vacina?

Felipe Almeida: Acredito que grande parte dos procedimentos de segurança que adotamos hoje é temporária. Assim que as pessoas se sentirem seguras com o controle da transmissão do covid-19, os procedimentos mais incômodos como o uso de máscaras, serão abolidos. O que ficará como herança deste período é a incerteza crônica sobre o futuro e a consolidação da utilização de novas tecnologias em todos os processos dos hotéis. A incerteza faz com que os hóspedes reservem com menos antecedência e optem por tarifas flexíveis. Este panorama terá um impacto direto na forma como os empreendimentos são comercializados. Além disso, a indústria deve passar por uma revolução. A necessidade de eficiência para manter a viabilidade das operações trará uma oferta de mais tecnologia e menos serviços para os hóspedes.

HN: Quais as projeções da Rede Kastel para 2021?

FA: 2021 é um ano de atenção e aprendizado e nossa intenção é consolidar nossa operação no Nordeste, atentos a oportunidades de novas propriedades. Nosso processo de expansão será muito criterioso nos próximos 12 meses. Acreditamos que será um ano cheio de oportunidades, mas que o cuidado na escolha dos negócios deve ser intensificado. Os riscos externos aumentaram muito o desafio de empreender no Brasil, nossa capacidade de se adaptar tem sido colocada à prova diariamente, o que torna tudo ainda mais trabalhoso e complexo. Apesar da cautela, estamos confiantes em um processo de retomada, impulsionados pelo crescimento do turismo interno e demanda reprimida dos últimos meses.

HN: Quais são as tendências do turismo de lazer e como a Rede Kastel tem se adaptado a elas?

FA: Na minha opinião, a grande tendência para o turismo de lazer é a experiência como o principal critério dos hóspedes na escolha das viagens e a busca pelo destino em segundo plano. A experiência passa a ser buscada diretamente na internet, mostrando que o consumidor está cada vez mais maduro e objetivo em suas escolhas. O hóspede não quer mais um hotel em Itaipava, ele quer uma suíte na montanha com vista panorâmica, e ele pode encontrar em Itaipava, Bariloche ou nas serras gaúchas. É com esta visão que escolhemos os nossos novos empreendimentos e direcionamos os investimentos. Trabalhamos diariamente criando experiências nas unidades, sempre alinhadas com as buscas online, características locais e demandas dos hóspedes.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Rede Kastel