Rafael Couto - tres perguntas paraCouto: devemos estar atentos às práticas que proporcionem os melhores resultados

Atenta às melhores práticas do mercado, a Slaviero Hotéis implantou o conceito de CSC (Centro de Serviços Compartilhados) na área financeira, abrangendo todo o escopo de trabalho do setor, do momento de uma compra no hotel até a prestação de contas aos investidores da rede. Dentro deste cenário, Rafael Couto, diretor Financeiro do grupo, explica em primeira mão ao Hotelier News como se deu a inserção dos processos.

Tendência de mercado em diversos segmento, o conceito de de centralizar tarefas que se repetem em  diversos locais de atuação de uma empresa traz sinergia, segurança, uniformidade e economia. Em tempos de pandemia e retomada, o CSC traz uma série de vantagens aos empreendimentos.

“O projeto nasceu antes da pandemia, há cerca de um ano. Com o novo cenário, acabamos acelerando a implantação. O CSC contribui com a necessidade de estabelecer um equilíbrio nos hotéis na retomada, quando as ocupações serão menores. Precisamos alinhar linhas de custo, e o serviço traz uma economia grande em termos de mão de obra na área financeira, além da questão da segurança de informações”, destaca Couto.

Há sete anos na empresa, o diretor é formado em Economia, com MBA em Gestão Estratégica de Empresas pela FGV (Fundação Getulio Vargas) e atua no segmento hoteleiro há 17 anos. Em sua carreira, acumula passagens pela Atlantica Hotels e Estanplaza.

Hotelier News: Como nasceu a ideia de implantar o CSC na área financeira da Slaviero?

 

Rafael Couto: Como administradores de hotéis, devemos estar atentos às práticas que proporcionem os melhores resultados para os nossos investidores. Sabemos que a área financeira está passando por uma completa transformação digital e a forma de trabalho está mudando rapidamente. Diante desse cenário, nasceu a ideia de centralizar as operações financeiras, tornando as tarefas repetitivas como conciliação financeira, contabilidade e apuração de impostos mais produtivas, em um ambiente transformado pela automação tecnológica.

HN: Quais as vantagens para a administradora e para os investidores?

RC: Podemos destacar vários pontos positivos tanto para a administradora quanto para os investidores. Em primeiro lugar, permite que as equipes locais dos empreendimentos foquem no core business, no atendimento aos nossos hóspedes, tirando a preocupação das lideranças locais dos aspectos burocráticos da área de controladoria e finanças. Outra grande vantagem é a uniformidade de processos. Com 30 hotéis em operação e mais seis para abrir, são muitos pontos diferentes para realizar o trabalho da mesma forma. Cito sempre o exemplo da apuração fiscal. Com sua complexidade, apurar impostos mantendo 36 equipes locais atualizadas com legislação municipal, estadual e federal, passou a ser muito difícil e sujeito a erros. Por fim, muito importante, é a sinergia financeira desse projeto, uma vez que a estrutura centralizada proporciona a redução do custo com mão de obra nos hotéis, acrescendo essa economia nos resultados a distribuir aos hotéis. Em alguns casos superamos 10% de crescimento na distribuição após a implantação do CSC.

HN: Quais foram os investimentos em tecnologia? Que outras evoluções você enxerga para área nos próximos anos?

RC: Primeiramente fizemos uma leitura completa dos processos executados dentro do ciclo financeiro na empresa. Da entrada de uma nota fiscal no hotel até a entrega dos relatórios aos nossos investidores. Após essa leitura, nos dedicamos a entender quais processos poderiam passar por automação, quais poderiam ser excluídos e quais ainda deveriam permanecer no hotel. Como etapa final, passamos então a investir recursos para automatizar diversas tarefas criando nosso portal de envio e autorização de notas, integração com operadoras de cartão de crédito para automação, sistemas para centralizar a conferência do faturamento, BI para uniformidade de dados financeiros, sistema de medição de produtividade, automação da área fiscal e de departamento pessoal, portal de investidores, entre outros. Sem dúvida, devemos falar de dados. Nossa empresa armazena uma quantidade incrível de dados financeiros e operacionais. Nosso desafio será conectar e transformar esses dados em informações relevantes para o nosso negócio. Investimentos em Business Intelligence e machine learning serão estratégicos para o sucesso dos negócios.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Slaviero Hotéis