sábado, 13/setembro
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Turismo mantém alta e dá fôlego extra aos serviços

O turismo brasileiro segue em trajetória de expansão. De janeiro a julho, o setor registrou crescimento de 6,1% em relação ao mesmo período de 2024, segundo dados divulgados hoje (12) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A alta foi puxada principalmente pelo transporte aéreo de passageiros, reservas ligadas à hospedagem, hotéis, serviços de bufê e restaurantes.

O levantamento mostra ainda que 14 das 17 unidades da federação analisadas tiveram desempenho positivo no acumulado do ano. Entre os destaques estão o Rio de Janeiro, com avanço de 12,7%, o Rio Grande do Sul (10,8%) e a Bahia (8,4%). Também apresentaram crescimento expressivo São Paulo (6,0%), Paraná (5,8%) e Santa Catarina (5,6%).

Na comparação entre julho de 2025 e o mesmo período do ano passado, o volume de atividades turísticas no país subiu 3,3%, o 14º resultado mensal consecutivo de alta. A performance foi impulsionada, mais uma vez, pelo transporte aéreo, reservas de hospedagem e serviços de bufê. Regionalmente, os maiores crescimentos foram registrados no Rio Grande do Sul (18,6%), São Paulo (4,9%) e Rio de Janeiro (4,7%).

Para Celso Sabino, ministro do Turismo, os resultados confirmam o bom momento do setor. “O turismo brasileiro vive um momento de grande expansão e geração de oportunidades. O crescimento registrado neste ano é resultado direto do esforço conjunto entre governo, iniciativa privada e trabalhadores do setor, que têm se reinventado e mostrado sua importância estratégica para a economia e para o desenvolvimento do país”, afirma.

Segundo estudo da FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), também com base em dados do IBGE, o setor faturou R$ 108 bilhões no primeiro semestre, o maior valor da série histórica iniciada em 2012. O montante representa aumento de 6,9% em relação ao mesmo período do ano passado, um adicional de R$ 7 bilhões. Todos os segmentos apresentaram alta, com destaque para o transporte aéreo de passageiros, que somou R$ 27,3 bilhões em receita, avanço de 10,6% na comparação anual.

Performance estimula serviços

O crescimento do turismo tem sido um dos principais motores para a expansão do setor de serviços no país. A maior demanda por viagens impulsionou atividades ligadas ao transporte aéreo, hospedagem, restaurantes, bufês e serviços de reservas, gerando um efeito em cadeia que resultou em crescimento de 0,3% entre junho e julho de 2025. Esse é o sexto resultado positivo consecutivo e consolida o melhor patamar da série histórica, superando o recorde já alcançado no mês anterior.

No acumulado dos seis meses de alta, de fevereiro a julho, o avanço chegou a 2,4%. Essa é a sequência mais longa desde o período entre fevereiro e setembro de 2022, quando foram oito meses seguidos de crescimento, segundo o IBGE.

Na comparação anual, o setor apresentou expansão de 2,8% frente a julho de 2024. Já no acumulado de 12 meses, o avanço é de 2,9%. Três das cinco grandes atividades do setor tiveram resultado positivo em julho. O grupo de informação e comunicação cresceu 1%, impulsionado por telecomunicações (0,7%) e tecnologia da informação (1,2%). Os serviços profissionais, administrativos e complementares avançaram 0,4%, enquanto os serviços prestados às famílias subiram 0,3%. Já os transportes e os outros serviços recuaram 0,6% e 0,2%, respectivamente.

Regionalmente, 12 das 27 unidades da federação registraram crescimento no mês. Os principais destaques foram São Paulo (1,7%), Paraná (1,7%), Mato Grosso do Sul (5,7%), Santa Catarina (0,9%) e Rondônia (10,9%).

O setor de serviços se mantém como o maior empregador do país e contrasta com o desempenho da indústria e do comércio no mesmo período. Em julho, a produção industrial recuou 0,2%, enquanto o varejo encolheu 0,3%. No acumulado em 12 meses, a indústria avançou 1,9% e o comércio, 2,5%.

Mudança de paradigma

De acordo com Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa, um dos fatores que sustentam o bom desempenho do setor é o avanço da digitalização desde a pandemia de covid-19. “Houve mudança de paradigma muito clara no qual empresas buscaram colocar os produtos em plataformas online”, afirma.

Segundo ele, a digitalização ampliou a procura por serviços ligados à tecnologia da informação. “O consumo das empresas de delivery tem reforçado um aumento de receita nessa direção”, acrescenta.

O pesquisador também avalia que essas atividades sofrem menor influência de fatores macroeconômicos, como a elevação da taxa de juros para conter a inflação.

(*) Crédito da foto: Divulgação