Após o impacto da pandemia, o turismo voltou a crescer. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 15,3 milhões de domicílios registraram viagens em 2023, representando 19,8% do total. O número supera os anos de 2020 (13,9%) e 2021 (12,7%), aponta o Terra.

Ainda assim, 62,1 milhões de domicílios não realizaram viagens em 2023, número ainda superior ao de 2020 (61,1 milhões). O levantamento mostra que famílias com renda acima de quatro salários mínimos realizaram mais viagens (46%) nos três meses anteriores à pesquisa, enquanto 40,1% dos que não viajaram citaram a falta de dinheiro como motivo principal.

A maioria das viagens foi doméstica (97%), reforçando a tendência do turismo de proximidade, que cresceu durante a pandemia. Por outro lado, o número de viagens internacionais também cresceu, atingindo 641 mil em 2023. No total, foram 21,1 milhões de viagens no ano.

O Sudeste foi origem de 45,9% das viagens e destino de 43,4%. No Nordeste, esses números foram 22% e 25,3%, respectivamente. Os dados apontam que o lazer e a visita a parentes foi a maior motivação da atividade turística no ano passado. O uso de carros caiu, representando 42,7% das viagens, enquanto o transporte aéreo subiu para 27,4% em 2023.

Gastos com turismo têm salto após a pandemia

Os gastos com turismo em viagens nacionais com pernoite atingiram R$ 20,1 bilhões em 2023, conforme divulgado pelo IBGE. O valor representa aumento de 78,6% em comparação a 2021, quando as despesas caíram para R$ 11,3 bilhões devido às restrições causadas pela pandemia de Covid-19, revela a Folha de São Paulo.

A pesquisa mostra que, em 2023, 19,8% dos domicílios reportaram viagens, um crescimento em relação aos 13,9% de 2020 e 12,7% de 2021. O levantamento também estimou o gasto médio por pessoa em viagens nacionais com pernoite. Em 2023, o valor diário foi de R$ 243, superando os R$ 233 registrados no ano anterior. Alagoas foi o estado com o maior gasto médio diário (R$ 366), seguido pelo Distrito Federal (R$ 342) e Rio de Janeiro (R$ 332). Na outra ponta, Amapá teve o menor gasto (R$ 111), seguido por Pará (R$ 151) e Amazonas (R$ 153).

William Kratochwill, analista do IBGE, explica que locais com forte apelo turístico, como Alagoas e o Rio de Janeiro, tendem a ter preços mais altos devido à demanda. O Distrito Federal, conhecido por suas tarifas de hospedagem elevadas, também se destaca nesse aspecto.

Turismo de lazer em alta

As viagens de lazer ultrapassaram as visitas a familiares e amigos em 2023, segundo Instituto. Das 18,1 milhões de viagens por motivo pessoal no ano passado, 38,7% foram para lazer, enquanto 33,1% ocorreram para visitas ou eventos com parentes e amigos, revela o Valor Econômico.

Em 2020, o cenário era inverso: 38,7% das viagens tinham como foco visitas a familiares, enquanto 33% eram voltadas ao lazer. A mudança começou em 2021, com o lazer alcançando 35,8% das viagens.

Em 2023, 46,2% das viagens de lazer foram para destinos de sol e praia, seguidas por natureza, ecoturismo e aventura (22%), e cultura e gastronomia (21,5%). Embora praias ainda liderem, houve queda de 9,4 pontos percentuais em relação a 2020, enquanto destinos culturais e gastronômicos cresceram 6 pontos percentuais no mesmo período.

Entre as famílias com renda mensal per capita de meio a um salário mínimo, 55,4% das viagens de lazer foram para praias. Já entre quem ganha quatro ou mais salários mínimos, esse número caiu para 38,9%. Em contrapartida, destinos culturais e gastronômicos atraíram 29,2% dos viajantes de maior renda e apenas 14,7% dos de menor poder aquisitivo.

Quanto às viagens a trabalho, 82,4% dos 3 milhões de deslocamentos em 2023 foram por motivos de negócios, enquanto eventos e cursos representaram 11,6%, alta em relação aos 5,3% registrados em 2021. Outras razões, como compras profissionais, somaram 2,4%.

(*) Crédito da foto: Pixabay