A Uber avalia fazer uma oferta de compra pela Expedia, informou o Financial Times. As conversas estão em estágio inicial, mas as notícias que saíram na imprensa dão conta de que a oferta giraria em torno de US$ 20 bilhões. Caso o acordo realmente avance, o negócio levaria a empresa de transporte por aplicativo a novos mercados com bastante sinergia com seu core business original.

A Uber tem um valor de mercado de cerca de US$ 168 bilhões após uma alta de 80% no último ano, que elevou o preço das ações a um recorde no início deste mês. Uma das maiores OTAs do mercado, a Expedia vale cerca de US$ 20 bilhões e seus papéis continuam contados aproximadamente 26% abaixo do pico de 2022, informa a CNBC. Em agosto, a empresa reportou US$ 28,8 bilhões no volume de reservas brutas no segundo trimestre de 2024.

De acordo com a reportagem do Financial Times, o Uber pediu análises de consultores parceiros nos últimos meses sobre a viabilidade da compra e como ela poderia ser estruturada. Ainda assim, segundo a matéria, o interesse é visto como “em estágios iniciais”, o que significa que a negociação pode nem ter sido iniciada ainda.

No entanto, as duas empresas possuem, digamos assim, uma ligação entre elas. Isso porque Dara Khosrowshahi, atual CEO da Uber, foi gerente executivo da Expedia de 2005 a 2017. Ou seja, ele conhece bem as operações da OTA norte-americana e teria chances de realizar uma aproximação mais amigável para uma compra.

Qual o sentido da transação?

Ao programa Squawk Box na NBC norte-americana (assista aqui), Dan Ives, managing partner da gestora de recursos norte-americana Wedbush Securities, disse que a transação seria um golaço para o Uber. Para ele, o negócio sinalizaria que o app de transportes estaria adotando uma postura ofensiva para buscar novas oportunidades de monetização.

Mais ainda, segundo Ives, o M&A (Merge & Acquisition) seria um passo decisivo do Uber em direção a se consolidar como um “super app”. “Eles têm um grande impulso e estão conquistando cada vez mais participação de mercado”, avalia o executivo da Wedbush Securities.

Vale destacar que, em entrevista recxente ao mesmo Financial Times, Khosrowshahi havia dito que a empresa tem planos de expansão além dos serviços de mobilidade e transporte, o que poderia envolver aquisições pontuais. “Nós queremos empoderar você para qualquer lugar que você queira ir na cidade e o que você quiser ter”, disse o CEO do Uber na ocasião.

(*) Crédito da capa: Reprodução de internet