A corrida para a vacina contra Covid-19 está cada vez mais acelerada. Segundo divulgado pela Reuters, as farmacêuticas Pfizer e BioNTech afirmam que seus resultados foram positivos, garantindo 90% de eficácia para a doença. As empresas ainda dizem que até o momento não encontraram nenhum efeito colateral preocupante e esperam autorização para uso emergencial nos Estados Unidos.

Caso liberada, a vacina terá número de doses limitado em um primeiro momento. Uma das questões em aberto é o tempo de imunização que ela oferece. “Hoje é um grande dia para a ciência e para a humanidade”, disse Albert Bourla, presidente-executivo e chairman da Pfizer, em comunicado. “Estamos atingindo este marco crucial em nosso programa de desenvolvimento de vacina em um momento em que o mundo mais precisa, com as taxas de infecção atingindo novos recordes, hospitais ficando superlotados e economias sofrendo para reabrir.”

O presidente-executivo da BioNTech, Ugur Sahin, disse à Reuters que está otimista de que o efeito imunizante da vacina durará por pelo menos um ano, mas a duração da proteção da vacina ainda não está certa. “Os dados de eficácia são realmente impressionantes. Isso é melhor do que muitos de nós antecipávamos”, disse William Schaffner, especialista em doenças infecciosas da Escola de Medicina da Vanderbilt University, em Nashville, nos EUA. “O estudo não foi concluído ainda, no entanto o dado parece bem sólido.”

A Pfizer espera obter uma autorização ampla dos Estados Unidos para o uso emergencial da vacina em pessoas de 16 a 85 anos. Para isso, precisará de dois meses de dados de segurança de cerca de metade dos 44 mil participantes de seu estudo, que deve ocorrer no final deste mês.

As farmacêuticas têm um contrato de US$ 1,95 bilhão com o governo dos EUA para entregar 100 milhões de doses de vacina a partir deste ano. Elas também fecharam acordos de suprimento com a União Europeia, Reino Unido, Canadá e Japão.

Para poupar tempo, as empresas começaram a fabricar a vacina antes mesmo de saberem se ela será eficiente. Agora elas esperam produzir até 50 milhões de doses, ou o suficiente para proteger 25 milhões de pessoas ainda em 2020. A Pfizer disse que espera produzir até 1,3 bilhão de doses da vacina em 2021.

Vacina: fase de testes

A gigante farmacêutica norte-americana disse que a análise provisória foi realizada depois que 94 participantes do teste desenvolveram Covid-19, examinando como muitos deles receberam a vacina na comparação com um placebo.

A empresa não detalhou exatamente como muitos destes que adoeceram receberam a vacina, mas mais de 90% de eficiência significa que não mais de 8 das 94 pessoas infectadas com Covid-19 receberam a vacina, que foi administrada em duas doses com cerca de três semanas de diferença.

A taxa de eficiência está bem acima da eficácia de 50% exigida pela FDA (Agência de Alimentos e Medicamentos dos EUA) para uma vacina contra coronavírus. A Pfizer disse que continuará o teste até haver 164 casos de Covid-19 entre os participantes.

Os dados ainda têm que ser revisados pela comunidade científica ou publicados em um periódico científico. A Pfizer disse que o fará assim que tiver os resultados do teste inteiro.

(*) Crédito da foto: Dado Ruvic/Reuters