Mesmo com faturamentos bilionários mês após mês, as viagens corporativas foram impactadas pela alta do dólar no primeiro semestre. Segundo dados da Abracorp (Associação Brasileira das Agências de Viagens Corporativas), o segmento teve receita de R$ 6,863 bilhões no período, alta de 5% em relação aos primeiros seis meses de 2023 e 19% acima de 2019, ainda na pré-pandemia.

A entidade avalia 11 segmentos do setor para o levantamento e, entre eles, os setores aéreo e hoteleiros respondem por mparte significativa dessa receita. No primeiro semestre deste ano, o primeiro faturou R$ 4,110 bilhões, queda de 2,4% frente igual período de 2023. Já o segundo somou vendas de R$ 2,034 bilhões, alta de 17,7% na mesma base de comparação.

No caso da hotelaria, o mês com maior volume de vendas no semestre foi maio, quando a receita da hotelaria corporativa totalizou R$ 371,5 milhões. Aliás, o patamar de R$ 300 milhões em vendas mensais foi uma constante para o setor ao longo do ano.

Análise

Diante da queda no volume de vendas do aéreo na comparação anual e da alta de 5,8% (R$ 196,5 milhões) das locadoras de veículos e de 33,8% (R$ 27,3 milhões) do rodoviário no primeiro semestre de 2024, percebe-se que o momento atual de bilhetes aéreos nas alturas vem provocando uma mudança de comportamento das empresas, que têm optado por outros modais para transportar seus funcionários.

E é aí que entra o câmbio, visto que o querosene de aviação é cotado em dólar. “O resultado do primeiro semestre poderia ser melhor, principalmente no setor aéreo. Dois fatores interferiram nesse resultado: a instabilidade no país e a alta do dólar nos últimos meses”, conforme Humberto Machado, diretor-executivo da Abracorp.

“Ainda é prematuro fazermos uma previsão para o segundo semestre. A economia está instável e o dólar sofrendo oscilações importantes. Porém, o número de transações, principalmente no segmento aéreo, não deverá ser superior ao período pré-pandemia”, acrescenta Machado.

(*) Crédito da foto: Pixabay