sexta-feira, 14/novembro
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VII Fórum Nacional da Hotelaria debate desafios do setor

Foi aberta, na manhã de hoje (15), mais uma edição do Fórum Nacional da Hotelaria, abrindo a Semana da Hospitalidade de 2025. Promovido pelo FOHB (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil), o encontro acontece ao longo do dia no Pullman São Paulo Vila Olímpia, na capital paulista.

A abertura foi conduzida por Orlando Souza, presidente executivo do FOHB, que destacou a importância de reunir lideranças da hotelaria para discutir os principais desafios e perspectivas do setor.

“O 7º Fórum Nacional da Hotelaria acontece com a missão de reunir a inteligência e a força do nosso setor para moldar o presente e discutir o futuro”, afirmou o executivo, durante a cerimônia de abertura, que também contou com a presença de Beto Caputo, CEO da Atrio Hotel Management e presidente do Conselho de Administração do FOHB.

“O FOHB é um ecossistema completo, que deve seguir crescendo nos próximos anos. Para este ano e o próximo, temos como meta aumentar o número de redes associadas, evitar o aumento da carga tributária para o nosso setor e ampliar nossa atuação junto aos associados”, disse Caputo.

Criando marcas icônicas

A primeira palestra do dia, intitulada Live your time, foi apresentada por Hans Donner, designer responsável pela criação da identidade visual da Rede Globo. Ele falou sobre experiências inspiradoras, sua trajetória no Brasil e compartilhou insights que resultam em inovação e mudança.

Ao comentar trabalhos icônicos de sua carreira — como a abertura do Fantástico, a icônica vinheta da Globeleza e diversas novelas da emissora —, o designer alemão, criado na Áustria, ressaltou a importância da criatividade na construção de marcas memoráveis, algo que também se aplica ao setor hoteleiro.

“Sem um designer, a Rede Globo seria só mais uma emissora do mundo. E assim é com qualquer marca”, afirmou Donner no primeiro painel do Fórum Nacional da Hotelaria.

Perspectivas para a econonomia

Na sequência do evento, Guilherme Dietze, presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), comentou sobre o atual cenário econômico do Brasil e as perspectivas para os próximos anos, no painel Perspectivas da Economia Brasileira.

Durante o Fórum Nacional da Hotelaria, o executivo iniciou o bate-papo falando sobre o reflexo da taxa básica de juros, atualmente em 15%, no setor. “Os juros funcionam como retirar e colocar dinheiro no mercado. Se a taxa Selic está alta, o número de investimentos diminui, o que reflete diretamente na hotelaria. O custo financeiro no país é muito alto, o que inviabiliza uma mudança real”, disse Dietze durante a palestra.

Além disso, o executivo da FecomercioSP acrescentou que a política fiscal do país é um dos fatores responsáveis pela alta taxa de juros. Para ele, é preciso “fazer o dever de casa” para começar a operar em superávit e arrecadar mais do que gasta. Para este ano, está previsto um déficit de R$ 76,3 bilhões. Já para o ano que vem, a previsão é ainda mais preocupante: R$ 108 bilhões.

Falando sobre perspectivas de investimento para o setor no Fórum Nacional da Hotelaria, Dietze ressaltou que a economia está em claro processo de desaceleração, impactando em geração de empregos, investimentos, entre outros fatores.

Guilherme Dietze
Dietze analisou perspectivas para a economia

“Além disso, as famílias estão perdendo poder de compra gradativamente, resultando, por exemplo, na diminuição de gastos com turismo. E isso já era esperado, porque o aumento dos juros reflete diretamente nisso. Se a Selic sobe, seis meses depois há o impacto no consumo por parte das famílias”, analisou.

Por outro lado, Dietze pontuou que um ponto positivo são as perspectivas de diminuição de inflação. “O Banco Central analisa possíveis reduções na taxa básica de juros de acordo com essas projeções da inflação. “Há uma perspectiva de que, no próximo ano, o indicador baixe para 3,5%, o que é uma luz no fim do túnel, se analisarmos o cenário como um todo”, disse.

Durante a apresentação, o executivo falou sobre o crescimento do turismo nacional no ano passado (4,3%), e ressaltou que a projeção para este ano é de incremento de 5,5% neste ano, e 4,8% para 2026. “Ano que vem será um ano eleitoral, o que naturalmente já joga as projeções para baixo”, disse.

Já na hotelaria, o crescimento foi de 7,7% ano passado, e para este ano a projeção é de alta de 8,5% e 3,7% em 2026. “Estamos falando de um cenário positivo. De crescimento mais lento, sim, mas ainda positivo. Além disso, no primeiro semestre deste ano, tivemos alta em ocupação, diária média e RevPar, crescendo 3,3%, 10,7% e 14,4%, respectivamente. Isso só foi possível com aumento da demanda”, salientou.

Entre os desafios para o crescimento do setor, estão o fim do Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos) e a escassez de mão de obra, problema que se intensificou após a pandemia. “Por isso, a hotelaria tem apostado em tecnologia para ocupar essa lacuna deixada pela falta de profissionais. O cenário do Brasil muda o tempo inteiro, e cabe à hotelaria seguir se adaptando”, finalizou.

(*) Crédito das fotos: Lucas Barbosa/Hotelier News

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