Você hoteleiro, realmente, sabe responder esse primeiro questionamento? Se sim, ótimo. Vamos abaixo continuar a te desafiar:

Com caneta e papel na mão responda todas as questões abaixo:
1. Como está o endividamento do hotel ao qual administro? Sustentável ou insustentável?
2. O endividamento faz parte da vida da minha empresa, mas como eu sei que está se tornando um problema? É passível de solução ou está fora de controle?
3. Quais os principais motivos que aumentam meu endividamento?
4. Desejo reduzir as dívidas com maior juros, tenho conhecimento sobre elas e sei os caminhos para negociar?
5. Conheço as boas práticas para ajudar a minha empresa a reduzir o endividamento?
6. Tenho foco no gerenciamento contínuo do orçamento previsto e realizado do meu hotel?

Essas respostas ajudarão a entender se o nível de endividamento está comprometendo, ou não, o capital de giro e a liquidez do fluxo de caixa de sua organização.

Manter as suas contas em dia não é fácil, e agora com esse Cenário de Pandemia, o desafio exige coragem, estratégia e determinação.

O endividamento faz parte da vida empresarial, mas acumular dívidas pode impossibilitar o crescimento ou afetar a sobrevivência da empresa. Por esse motivo, é importante saber em que ponto o endividamento é bom para o seu negócio ou se tornou um grande problema.

A falta de conhecimento dos números e as falhas na gestão deles ajudam a promover um acúmulo no endividamento. Por isso, sempre tenha muita atenção as essas informações, por mais que o endividamento possa trazer benefícios para sua empresa, ele deve ser feito com muita cautela e muito bem planejado.

A maioria das Redes, em seus contratos de administração, são impossibilitados de fazerem empréstimos de terceiros, e quando ocorre a falta de recurso financeiro se faz necessário solicitar juntos aos investidores aportes e realizam cortes, por exemplo, em serviços extras que apresentam alto custos ou reduzem despesas para não gerar endividamento. Mas, em caso de hotéis próprios, o indevidamente pode ocorrer com mais facilidade, havendo assim a necessidade de buscar recursos de terceiros para financiar a operação hoteleira.

Entenda, fazer investimentos com capital de terceiros é bom, quando trabalhado dentro de um cenário promissor, principalmente com objetivo de ajudar a desenvolver o seu hotel, como por exemplo, em tecnologias que buscam maior agilidade, redução de custos e por consequência mais competitivo. Por outro lado, endividar para pagar dívidas que foram geradas por má administração do seu fluxo de caixa, isso sim, trará malefícios para o gerenciamento do hotel.

É importante saber se sua Empresa, com muita frequência, recorre a recursos de terceiros na garantia da sobrevivência, se for esse o fato principal o seu negócio não é saudável e corre perigos. Precisa, urgentemente, de uma boa gestão financeira para encontrar o rumo certo.

Para conhecer qual a sua situação de endividamento trabalhe com o Índice de Endividamento Geral, também conhecido pela sigla “EG”, ele é um dos indicadores financeiros mais conhecidos e ajuda a calcular a situação financeira no atual cenário. Esse indicador é meramente quantitativo, e sendo analisado junto com outros aspectos da dívida, como: qual o objetivo do endividamento, quanto ela custa e qual a capacidade de pagamento aos credores, ajudará a identificar a saúde financeira da empresa.

Além desse indicador, existente outras ações que devem ser trabalhadas em conjunto para reduzir o alto endividamento da sua empresa, como:

• Se o sócio proprietário fazer retirada do caixa maior que o lucro apurado pode gerar um endividamento.
• Ser disciplinado com o orçamento proposto e o realizado para não criar dívida além das condições.
• Utilizar da ferramenta Demonstrativo de Fluxo de Caixa projetado e realizado diariamente para tomada de decisão.
• O conhecimento do administrador da empresa sobre o desempenho de todos os indicadores hoteleiros e financeiros, são necessários porque eles sinalizam os pontos críticos, possibilitando respostas mais rápidas na atuação e na resolução, impactando na manutenção da saúde da sua empresa.
• Evitar ou diminuir a tendência de sempre buscar recursos de terceiros para saldar dívidas. E se no caso você precisar realmente utilizar o capital de terceiros, estude a melhor oferta que tenha o menor juros e as melhores condições de pagamento, e principalmente caiba no seu fluxo de caixa. Pode ser uma oportunidade de você trocar uma dívida cara por outra mais barata, mas que isso não seja única opção e de forma rotineira.
• Reduzir os custos com estoques mal trabalhados, dependência de matéria-prima de único fornecedor, desperdícios operacionais, compras desnecessárias, má qualificação da mão-de-obra, retrabalhos e tudo que possa trazer prejuízo ao seu negócio, ou seja, fazer um pente fino.
• Renegociar suas dívidas diretamente com os credores e não deixe jamais de quitá-las, mantendo CNPJ amigável.
• Fugir do cheque especial e do refinanciamento do cartão corporativo, porque eles trazem uma das maiores taxa de juros do mercado.

A busca de recursos com terceiros tem poderes para elevar a competitividade da empresa ou afundá-la, tudo depende de uma boa gestão financeira e o olhar estratégico do administrador. Debruce sobre os números e aproveite que estamos numa época em que (re)negociar assumiu uma posição ainda mais relevante.

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Wanderléa Trajano é executiva especializada em administração de empresas em diversos mercados, incluindo hospitalidade, onde assumiu posição estratégica no cargo de gerente regional e gerente geral, envolvendo as áreas: administrativa, financeira e operacional. Bacharel em Administração de Empresas e com MBA em Marketing com Ênfase no Ambiente Digital, Wanderléa conta com uma pós graduação em Controladoria, Auditoria e Perícia Contábil e MBA em Gestão Empresarial. Atualmente está cursando Licenciatura em Inglês. wanderleatrajano.wordpress.com

(*) Crédito da imagem/foto: divulgação arquivo pessoal