A contribuição econômica do turismo para a América Latina e Brasil foi o centro da passagem de representantes do WTTC (World Travel & Tourism Council) por São Paulo. Na manhã de hoje (18), Julia Simpson e Virginia Messina, CEO e vice-presidente sênior da entidade, respectivamente, apresentaram dados sobre o número de empregos gerados pelo setor na região.

“Nossa prioridade no WTTC é a informação global sobre o impacto que o nosso setor tem a nível econômico e social. Hoje, estamos aqui porque publicamos uma pesquisa global sobre o desempenho do turismo na América Latina”, iniciou Julia durante uma coletiva de imprensa no Hilton São Paulo Morumbi.

A entidade projeta que, até o final de 2024, os gastos com turismo internacional no Brasil atingirão seu novo recorde histórico com US$ 7 bilhões, um aumento de 9,5% em relação a 2019. Da mesma forma, espera-se que as despesas com o turismo interno ultrapassem a sua posição mais elevada, de US$ 112,4 bilhões de dólares, 11,2% acima dos níveis pré-pandemia.

De acordo com a última Pesquisa de Impacto Econômico 2024, elaborada pelo órgão mundial, em associação com a Oxford Economics, até o final deste ano o setor de viagens e turismo no Brasil contribuirá com US$ 169,3 bilhões para o PIB (Produto Interno Bruto), o que significará um aumento de 9,5% em relação aos níveis de 2019.

“Este ano, o setor espera um impacto econômico de US$ 650 bilhões na economia latino-americana, um aumento de 3,4% frente a 2023”, revelou Julia. A longo prazo, em uma década, as projeções são ainda mais otimistas, com a expectativa de injeção de US$ 852 bilhões na América Latina, o que representará 10,3% da economia regional em 2034.

julia simpson

Julia comentou os dados da entidade

Geração de empregos

Além disso, estima-se que o setor representará mais de 8 milhões de empregos no país, ou seja, 8,1% do total de empregos. Julia destacou que, segundo análise da WTTC, aplicada em 185 nações, o Brasil é um dos 98 destinos que durante 2023 superaram os recordes de contribuição para o PIB.

Dessa forma, o setor brasileiro de viagens e turismo superou os níveis de contribuição em 7%, em relação a 2019. Atualmente, o segmento representa 7,7% da economia nacional, com contribuição econômica de US$ 165,4 bilhões.

Durante 2023, a atividade reforçou também a sua força na geração de empregos, com 91 mil postos de trabalho adicionais aos registados em 2019, atingindo um total de 7,76 milhões em todo o país.

Da mesma forma, os gastos internacionais com turismo atingiram US$ 6,8 bilhões, 5,7% acima do valor de 2019. Da mesma forma, os gastos nacionais registraram um nível histórico com mais de US$ 111 bilhões.

Além disso, o WTTC vê um futuro promissor para a próxima década, caracterizado por um crescimento sólido e oportunidades de carreira sem precedentes. A projeção é que até 2034 o setor no Brasil contribua com US$ 194,6 para a economia, o que representará 7,4% do PIB nacional.

O segmento também será um pilar para a geração de empregos, proporcionando oportunidades a 9,44 milhões de pessoas. Dessa forma, 9,2% da força de trabalho no Brasil será representada pelo setor de viagens e turismo.

“É imprescindível que devemos dar prioridade ao setor de viagens como um motor chave de crescimento econômico e sustentável para toda a América Latina. O Brasil, por exemplo, ainda não recebe o nível de visitantes internacionais que tem potencial para atrair”, salientou a executiva.

Virginia ainda destacou o papel da hotelaria como fundamental para o setor, sendo um dos elos da cadeia produtiva mais importantes do segmento. “É uma indústria que está se adaptando e inovando. Vemos novas modalidades de ofertas, short-term rental, além de progressos na agenda ESG”.

A vice-presidente também comentou sobre as diretrizes globais de sustentabilidade desenvolvidas pelo WTTC — o Hotel Sustainability Basics — que reforça o compromisso da entidade com o turismo responsável. “Somos um setor que depende de recursos naturais. Não existe pensar no turismo sem pensar em meio ambiente, biodiversidade e social. Há muito o que melhorar e iniciamos uma metodologia para medir os reais impactos ambientais da nossa indústria”.

(*) Crédito das fotos: Divulgação/WTTC