Em matéria veiculada pelo Hotelier News, São Paulo apontava dois anos de distância até a recuperação da hotelaria. A afirmação vem se confirmando na performance do setor em julho e agosto. Segundo levantamento realizado pela ABIH-SP (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis), o desempenho da retomada ainda não compensa os prejuízos causados pela pandemia.

A entidade desenvolveu a pesquisa Desempenho da Hotelaria no Estado de São Paulo, com a apuração de resultados em 14 MRTs (Macrorregiões Turísticas). Os principais indicadores, ocupação (-72%); diária média (-15%) e RevPar (-75%) estão abaixo do registrado em agosto de 2019, entretanto apresentaram melhora frente a julho deste ano. Ou seja: foram registrados acréscimos de 42,76% na taxa média de ocupação; 11,73% no valor da diária média e 37,31% de RevPar.

Além disso, no último mês de julho, 81,54% hotéis estavam em funcionamento e, em agosto 91,10%. Com variação positiva de 11,8%, a oferta total de UHs unidades habitacionais também subiu, de 34,59% para 51,0%. Entretanto, o número de funcionários operando por acomodação reduziu no bimestre, de 0,593 para 0,397.

ABIH- SP - performance da hotelaria - interna

ABIH-SP: MRTs

Com ampliação da amostra, os dados apurados em agosto permitem ampliar a análise do desempenho hoteleiro para 14 das 15 Macrorregiões que compõem o Mapa Turístico Oficial do Estado de São Paulo. De um modo geral, nas regiões onde o turismo de negócios e eventos predomina, a taxa média de ocupação caiu 25,83%. Mas há exceções. Paradoxalmente, o mercado de viagens corporativo elevou a taxa média de ocupação nas MTRs Entrada e Bandeiras, que abrange Campinas e Região, com aumento de 29,97%, e na Capital Expandida, de 10,59%.

“Embora as duas MRTs de maior expressão estadual no Turismo corporativo nos apresentem tendência de recuperação, essa ainda é insipiente, levando-se em consideração a representatividade e o potencial econômico que possuem para o Estado como um todo”, avalia Roberto Gracioso, coordenador da pesquisa.

Nas MTRs de lazer de aventura, os destinos de sol e praias, assim como as demais estâncias turísticas de São Paulo mantiveram ou elevaram seu desempenho, com crescimentos do indicador média de ocupação, favorecidos pela demanda que está represada com o “home office”. Os destaques ficam por conta da MTR Circuito das Águas e Aventura, com crescimento de 51,1% e do Litoral Paulista, com aumento de 131,14% no mês de agosto, em relação a julho de 2020. No caso do litoral, a autorização de reabertura dos hotéis e o clima favorável também são fatores que contribuíram com a elevação da taxa média de ocupação no período.

“A procura pelo turismo doméstico, com viagens realizadas de carro aos destinos turísticos do Estado de São Paulo, localizados próximos do local de residência dos viajantes, é uma tendência. O primeiro movimento de retomada, que aos poucos reduz a grave a crise que recai sobre o setor hoteleiro. Mas os números também demonstram que ainda estamos distantes de alcançar o ponto de equilíbrio; principalmente, por conta dos limites de ocupação impostos pelos municípios. Os hotéis que dependem das viagens e dos eventos corporativos são os que sofrem mais problemas, conforme apontam os dados da pesquisa no bimestre”, conclui Ricardo Roman Jr., presidente da ABIH-SP.

(*) Crédito da capa: rafael_Neddermeyer/Pixabay

(**) Crédito da imagem: Divulgação/ABIH-SP