ABIH-BA - números de abril 2020Farol da Barra: capital baiana viu RevPar despencar 80,9% em abril

Até a primeira quinzena de março, tudo vinha bem. Fevereiro em Salvador foi marcado por ocupação de 70,59%, com diárias em recuperação, atingindo R$ 358,72. Veio o coronavírus e a performance do setor despencou. Depois de um março difícil, abril trouxe uma realidade ainda pior, mostram dados da ABIH-BA (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis da Bahia).

Entre os que permaneceram abertos a partir da segunda quinzena de março, a ocupação foi de 21,56%, com diária média de R$ 201,56. A maioria dos hotéis ainda em operação tem contratos fixos para hospedagem para hospedar trabalhadores de companhias aéreas, serviços de saúde, limpeza e assemelhados.

Em abril, o cenário se agravou. Entre os meios de hospedagem que continuam em operação, a taxa de ocupação foi de 11,23% (-78,8%). Já diária média e RevPar atingiram R$ 213,76 (-8,74%) e R$ 23,72 (-80,9%), respectivamente. “As perspectivas eram promissoras, com muitos feriados indicando melhora no turismo de lazer e com o novo Centro de Convenções atraindo o tão esperado segmento de negócios”, afirma Luciano Lopes, presidente da ABIH-BA.

ABIH-BA: retomada difícil

Lopes vê o horizonte no curto e médio prazos com pessimismo. Para ele, a hotelaria foi um dos primeiros setores a sentir os efeitos dessa crise e, provavelmente, será um dos últimos a se recuperar. Ele apontou alguns fatores que leva a essa avaliação, como queda na oferta de voos, diminuição da poupança das famílias e sentimento de insegurança.

Para acrescentar, o presidente da ABIH-BA destaca que a hotelaria tem uso de mão de obra intensiva, requer razoável investimento patrimonial e altos custos de manutenção. “A ABIH-BA vem coordenando medidas imediatas, como a negociação com fornecedores, diálogo com o setor público visando à isenção e postergação de taxas e tributos e a concepção de novos procedimentos para treinar equipes para a reabertura”, afirma.

Outra medida interessante recente foi a criação de um banco de currículos de profissionais do setor desligados em função da crise. “Ao fim do isolamento social e das restrições de mobilidade, com duração ainda incerta, será necessária uma intensa campanha para a volta do turismo à capital, em condições excepcionais de segurança, acessibilidade e sustentabilidade”, finaliza Lopes.

(*) Crédito da foto: Felipe Dias/Unsplash