Anunciado durante a divulgação dos resultados financeiros do segundo trimestre, em agosto, a Rede de Coanfitriões foi oficialmente lançada pelo Airbnb hoje (16). Com isso, a partir de agora, anfitriões poderão contratar outros donos de imóveis para ajudá-los a gerenciar seus anúncios e a propriedade.

A iniciativa tem uma razão estratégica para a plataforma. De acordo com o AirDNA, os anfitriões com apenas uma unidade são o tipo de anúncio que cresce mais rápido dentro do Airbnb, com alta de 15% ano após ano no estoque referente a agosto de 2024.

“Descobrimos que mais de 40% dos anfitriões disseram que hospedariam mais do que atualmente se tivessem ajuda”, comenta Jay Carney, chefe global de Políticas e Comunicações do Airbnb, em entrevista a Phocuswire. “É uma ótima maneira de aumentarmos a oferta, melhorarmos a experiência de hospedagem em geral para mais anfitriões, elevando a qualidade em geral. Além disso, o coanfitrião agrega conhecimento para isso, então é um grande alternativa para nós”, completa.

Brian Chesky, cofundador e CEO do Airbnb, disse que, com a Rede de Coanfitriões, a empresa pretende facilitar a vida do anfitrião. “A partir de hoje, você fornece a acomodação, e nós um coanfitrião para você”, diz Chesky.


Saiba mais sobre a Rede de Coanfitriões:

  • Histórico comprovado: esses anfitriões são experientes e têm um histórico excepcional no Airbnb, com avaliação média 4,86 estrelas. Operadoras de STR têm, em média, 4,62 estrelas.
  • Oferta de serviço: a Rede de Coanfitriões é lançada com 10 mil coanfitriões em 10 países, incluindo EUA, Canadá, Reino Unido, Espanha, Itália e Brasil.
  • Praticidade: é possível encontrar o coanfitrião ideal no aplicativo. O algoritmo de classificação personalizado sugere uma lista de coanfitriões com base em mais de 80 fatores, incluindo sua localização, experiência como anfitrião e tipo de acomodação. No app ainda é possível consultar o perfil e as avaliações dos coanfitriões e se conectar diretamente com eles.
  • Comunicação: é possível colaborar e tratar facilmente com seu coanfitrião por meio do app do Airbnb. Você pode enviar mensagens, dar acesso ao calendário e compartilhar pagamentos, entre outras coisas.

Coanfitrião versus operadora de STR

Os critérios para coanfitriões esterem elegíveis a administrar imóveis de terceiros incluem fatores como uma classificação média de 4,8 estrelas nos últimos 12 meses em todas as contas e anúncios que a pessoa possui no Airbnb, bem como taxas de cancelamento inferiores a 3% e uma identidade verificada.

Para encontrar coanfitriões aprovados em sua região, o proprietário do imóvel deverá inserir seu endereço para, em seguida, negociar diretamente com o parceiro e estabelecer o escopo do contrato e a taxa pelos serviços. “Nada disso vai para o Airbnb”, assegura Carney.

Exemplos de tarefas que os coanfitriões podem ser solicitados a realizar incluem criar e gerir anúncios no Airbnb, tirar fotos, fazer a limpeza do imóvel, comunicar-se com os hóspedes e fazer o check-in e o check-out dos mesmos.

Airbnb - lançamento rede de coanfitrião

Segundo o Airbnb, a Rede de Coanfitriões está sendo lançada com 10 mil gestores de apartamentos em 10 países, incluindo o Brasil, com planos de adicionar mais destinos no futuro.

Quando questionado se operadoras de STR (short-term rental) poderiam se tornar coanfitriões, Carney disse que o coanfitrião deve ser um indivíduo, mas essa pessoa pode trabalhar para um desses players do mercado.

“O objetivo é ter padrões incrivelmente elevados e grandes empresas de gestão muitas vezes não atingem esse nível”, afirma Carney. “Coanfitriões individuais podem, mas o objetivo aqui é oferecer para anfitriões existentes ou novos uma parceria de qualidade”, acrescenta o executivo, observando que a classificação média das operadoras de STR gestão no Airbnb é 4,62 estrelas, abaixo do limite para Rede de Coanfitriões.

De acordo com dados da AirDNA, até agosto de 2024, havia mais de 1,7 milhão de anúncios de aluguel de curta temporada no Airbnb e Vrbo nos Estados Unidos. Destes, cerca de 20% – pouco mais de 330 mil – são gerenciados por gestores profissionalizados. Não há números precisos sobre o mercado brasileiro, mas fontes ouvidas pela reportagem do Hotelier News estimam em mais de 20 mil operadoras profissionalizadas atuando no país.

(*) Crédito da capa: freestocks-photos/Pixabay

(**) Crédito da foto: Divulgação/Airbnb