domingo, 9/novembro
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Airbnb vê receita crescer 10% no 3º trimestre

Em um momento de diversificação de receitas e expansão de portfólio, o Airbnb segue fortalecendo seu ecossistema para além das hospedagens. Os resultados financeiros do terceiro trimestre de 2025 refletem essa estratégia, com alta em faturamento e no número de reservas, impulsionados por novas iniciativas, como o pagamento parcelado e o avanço das experiências independentes de acomodações, aponta o Phocuswire.

A companhia registrou receita de US$ 4,1 bilhões no trimestre, crescimento de 10% em relação ao mesmo período do ano anterior, impulsionada pelo aumento no número de diárias e na tarifa média.

O lucro líquido foi de US$ 1,4 bilhão, mantendo-se estável frente a 2024, enquanto a margem líquida ficou em 34%, ante 37% no mesmo período do ano anterior. O Ebitda Ajustado ultrapassou US$ 2 bilhões, o maior já registrado pela plataforma em um trimestre. As despesas com marketing e vendas somaram US$ 639 milhões, contra US$ 514 milhões no terceiro trimestre de 2024. No total, foram 133,6 milhões de noites e assentos reservados, aumento de 9% ano a ano, com valor bruto de reservas de US$ 22,9 bilhões, avanço de 14%.

Segundo a empresa, o recurso Reserve Agora, Pague Depois lançado recentemente nos Estados Unidos, contribuiu para o aumento de reservas domésticas. “Como esperado, isso ajudou a impulsionar o número de noites reservadas no trimestre, e vamos expandir o recurso em 2026”, afirma Brian Chesky, CEO do Airbnb.

Expansão além das hospedagens

Além dos números financeiros, o Airbnb destacou o crescimento de suas frentes de serviços e experiências, pilares da estratégia de diversificação da marca. Segundo Chesky, quase metade das reservas de experiências no trimestre não esteve vinculada a hospedagens na plataforma.

Os novos serviços também estão atraindo novos usuários: 10% das pessoas que reservaram um serviço nunca haviam feito reservas na Airbnb antes. “Acreditamos que isso está trazendo um novo público para a Airbnb”, diz Chesky. “Mesmo quem não pretende reservar uma casa pode ser atraído pelas experiências e, eventualmente, incluir uma hospedagem na viagem.”

Outro dado de destaque é o interesse local pelas chamadas Airbnb Originals, experiências exclusivas da plataforma. “Em Paris, 70% das reservas são feitas por moradores da própria cidade”, afirma o executivo. Para ele, a companhia encontrou “um produto que agrada às pessoas em sua própria comunidade”.

Apesar do otimismo, Chesky pondera que essas verticais ainda estão em fase inicial. “Vai levar de três a cinco anos para que serviços e experiências se tornem uma parte relevante do nosso negócio”, disse. “Mas estou muito confiante no potencial.”

IA e integração com o ChatGPT

Chesky também destaca a ausência do Airbnb entre as grandes marcas de viagem que firmaram parceria com a OpenAI no lançamento dos ChatGPT Apps. Segundo ele, a empresa optou por aguardar uma integração mais personalizada.

“A resposta simples é que não achamos que a integração estava pronta”, explica. “Gostamos da ideia de sermos parceiros de lançamento, mas queremos garantir que a experiência seja customizada e bem desenvolvida. Não queremos que o Airbnb pareça uma commodity ou apenas uma camada de dados.”

Ainda assim, Chesky deixa aberta a possibilidade de futuras colaborações. “Com boas integrações, certamente vocês poderão nos ver em chatbots. Tenho proximidade com o pessoal da OpenAI e acredito que há muito espaço para trabalharmos juntos.”

Enquanto isso, a empresa vem ampliando o uso de IA (Inteligência Artificial) dentro do próprio aplicativo. “Estamos construindo uma Airbnb mais inteligente e personalizada”, afirma Chesky. “Temos mais de uma dúzia de frentes de trabalho em IA, todas voltadas para tornar a experiência de hóspedes e anfitriões mais fluida e personalizada.”

Pilotos com hotéis em mercados restritos

Outro movimento importante é o início dos testes com hotéis em mercados com restrições ao aluguel de curto prazo, como Nova York, Los Angeles e Madri. “Nova York e Madri, por exemplo, são mercados limitados do ponto de vista regulatório”, diz o CEO. “Os hotéis estão muito interessados em participar, e estamos vendo um impulso promissor.”

Os testes já aparecem nos resultados de busca da plataforma, e a expectativa é que o novo formato complemente o negócio principal. “Não vemos uma grande canibalização entre casas e hotéis. São públicos e usos diferentes”, afirma. “Os hotéis ajudam a preencher lacunas de oferta — e como já temos a demanda, não é um investimento incremental.”

Chesky acrescenta que tem sido mais fácil atrair hotéis para a plataforma do que novas residências, destacando que o segmento hoteleiro é mais eficiente em termos de escala e gestão de inventário.

Com resultados sólidos e expansão para novos formatos, o Airbnb sinaliza uma nova fase em sua trajetória: menos dependente das hospedagens tradicionais e mais centrada na experiência completa do viajante — da reserva ao serviço, passando pela imersão local e pela personalização digital.

What box

O Airbnb está testando uma nova ferramenta de busca baseada em linguagem natural, chamada What box, que pode transformar a forma como os usuários procuram hospedagens nos próximos anos.

Chesky explica que o recurso adiciona uma nova caixa de texto à página inicial — ao lado dos campos tradicionais “Onde”, “Check-in”, “Check-out” e “Quem” — permitindo que o usuário digite comandos em linguagem comum, como em assistentes de IA como o ChatGPT ou o Gemini, revela o Skift.

Segundo o executivo, essa é apenas a primeira fase de uma visão mais ampla: integrar busca, atendimento e mensagens em um assistente de IA conversacional dentro do aplicativo do Airbnb.

(*) Crédito da foto: Divulgação

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