Avanço nos serviços é motivo de otimismo
15 de setembro de 2023Conforme publicamos ontem (14), o setor de serviços viu avanço em julho frente ao mês anterior. Graças a essa informação, economistas apontam que o setor pode elevar a projeção do PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre e acende alerta sobre o ritmo da queda de juros, que foi causa de animação para famílias mais ricas.
O resultado do levantamento de julho surpreendeu economistas como Marcela Rocha, economista-chefe da Claritas Investimentos, que esperava alta de 0,3% do volume de serviços prestados em julho e não descarta que a projeção de queda de 0,1% para o PIB do terceiro trimestre seja revista para alta de 0,2%. O mesmo vale para o PIB de 2023, em que a projeção de alta de 2,9% da Claritas pode passar para alta de 3,1%, conforme aponta artigo do Valor Econômico.
Mesmo com bons resultados em julho, a expectativa é de desaceleração no segundo semestre, afirma Rodolfo Margato, economista da XP, em relatório enviado a clientes. “De acordo com as nossas estimativas, o PIB de serviços subirá 0,4% no terceiro trimestre e 0,1% no quarto trimestre, arrefecendo ante o crescimento médio de 0,6% nos dois primeiros trimestres do ano”, escreveu.
E o consumidor?
A última pesquisa realizada pelo FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas) apontou alta na confiança do consumidor, com expectativas positivas de famílias de todas as quatro faixas salariais abrangidas pelo índice.
De modo geral, quando puderam citar diferentes fatores que contribuíram para a melhora das expectativas, 50,6% dos entrevistados mencionaram a tendência de queda dos juros e 48,4% mencionaram as boas perspectivas de crescimento da economia, conforme aponta artigo da Folha.
O quadro varia de acordo com as faixas de renda. Na faixa um, cujo rendimento familiar mensal é de até R$ 2,100, as boas perspectivas de crescimento da economia foram citadas por 41,7% dos entrevistados. Na faixa dois, com renda familiar de R$ 2,100 a R$ 4,800, as perspectivas de crescimento da economia também lideram as respostas, representando 49,7% dos entrevistados.
Já a expectativa de queda dos juros ocupou o topo das respostas na faixa de renda três, com 57,7% dos entrevistados, e na quatro, representando 73,6% das respostas. São as camadas mais ricas da população na pesquisa, cujo rendimento familiar é de R$ 4.800 a R$ 9.600 na faixa três e fica acima desse patamar na quatro.
Ou seja, para diversas camadas da população, este tem tudo para ser um bom momento econômico. Principalmente no que diz respeito às famílias de renda mais alta, a perspectiva de queda das taxas de juros pode permitir que eles façam planos a longo prazo contando com parcelamento mais suave.
(*) Crédito da foto: Freepik