terça-feira, 30/setembro
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Brasil tem queda de 38% na geração de empregos em agosto

O mercado de trabalho brasileiro registrou a abertura de 147,4 mil postos formais em agosto, segundo dados divulgados hoje (29) pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Apesar do saldo positivo, o resultado representa queda de 38,3% em relação ao mesmo mês de 2024, quando foram gerados cerca de 239 mil empregos com carteira assinada.

Este também foi o pior desempenho para meses de agosto desde o início da série histórica em 2020. Ao todo, o mês contabilizou 2,29 milhões de contratações contra 2,09 milhões de desligamentos, aponta o G1.

Histórico dos meses de agosto

  • 2020: fechamento de 214,6 mil vagas;
  • 2021: abertura de 387,8 mil empregos;
  • 2022: criação de 288,9 mil vagas;
  • 2023: saldo positivo de 219,8 mil postos.

Luiz Marinho, ministro do Trabalho e Emprego, avalia que os dados indicam desaceleração, mas não retração do emprego. “Cresce menos, mas continua crescendo”, afirma. Ele cita efeitos pontuais do “tarifaço” imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em setores do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, como calçados e madeira.

“Mas o impacto maior é dos juros”, completa o ministro, em referência à taxa básica definida pelo Banco Central, atualmente em 15% ao ano — o nível mais elevado em quase duas décadas.

Parcial do ano

Entre janeiro e agosto, foram criados 1,5 milhão de empregos formais no país, queda de 13,8% frente ao mesmo período de 2024, quando foram abertas 1,74 milhão de vagas. Esse é o menor saldo para o período desde 2023, quando foram contabilizados 1,39 milhão de postos.

Ao fim de agosto, o estoque de empregos formais no Brasil chegou a 48,68 milhões, acima do registrado em julho (48,55 milhões) e também superior ao de agosto do ano passado (47,35 milhões).

Setores e regiões

De acordo com o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), quatro dos cinco setores da economia tiveram saldo positivo em agosto. O destaque foi o setor de serviços – do qual a hotelaria faz parte – enquanto a agropecuária apresentou retração.

Em termos regionais, quatro das cinco regiões brasileiras também registraram geração de vagas no mês, com o Sudeste na liderança.

Salário médio

O salário médio de admissão em agosto foi de R$ 2.295,01, com alta real em relação a junho de 2025 (R$ 2.282,31) e também frente a agosto do ano passado (R$ 2.275,42).

Os números do Caged consideram apenas trabalhadores com carteira assinada e não incluem o mercado informal. Por isso, não são comparáveis com os dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

De acordo com a Pnad, a taxa de desemprego do país ficou em 5,6% no trimestre encerrado em julho, o menor nível da série histórica iniciada em 2012.

(*) Crédito da foto: Divulgação

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